Uso excessivo do celular antes de dormir: como o hábito afeta o sono

Pesquisa envolvendo cerca de 40 mil adolescentes indica que cada hora adicional de exposição a telas antes de dormir diminui o tempo de sono e prejudica a qualidade do descanso.

17/05/2025 17h20

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(Imagem de reprodução da internet).

Consultar o celular para verificar as redes sociais ou assistir a um vídeo antes de dormir pode parecer inofensivo, porém pode estar prejudicando seu sono. Um estudo publicado recentemente na revista Frontiers Psychiatry reforça o alerta: o tempo de tela à noite tem impacto direto na qualidade do descanso e eleva significativamente o risco de insônia.

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Um estudo conduzido por cientistas da Noruega, Austrália e Suécia examinou os hábitos de quase 40 mil indivíduos entre 18 e 28 anos. A pesquisa revelou que, para cada hora extra de uso de aparelhos eletrônicos na cama, o risco de insônia aumenta em 59%, e que a prática resulta em uma diminuição média de 24 minutos na duração total do sono.

Conforme Leticia Soster, neurofisiologista clínica e médica do sono do Hospital Israelita Albert Einstein, as conclusões apresentadas pelo estudo corroboram o que os especialistas têm observado na sua prática clínica. Isso se deve, sobretudo, à luz azul, emitida por dispositivos eletrônicos, que interfere na produção de melatonina, hormônio que indica ao nosso organismo que é hora de dormir.

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A segunda é comportamental: o conteúdo consumido, frequentemente estimulante ou emocionalmente intenso, provoca uma ativação cerebral que prejudica o relaxamento necessário para o sono. tanto a luz quanto o tipo de atividade acabam atrasando e influenciando o descanso, explica.

Em curto prazo, as consequências são mais brandas. “O sono de má qualidade desencadeia problemas como irritabilidade, menor poder de concentração diurna, falhas de memória e dificuldade de aprendizado”, afirma a pneumologista e especialista em medicina do sono Luciane Impelliziere Luna de Mello, médica do Instituto do Sono, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

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Com o passar do tempo, os resultados podem se tornar mais graves. Aumenta o risco de ansiedade e depressão e de problemas físicos, como ganho de peso e maior vulnerabilidade a doenças metabólicas, como diabetes. O sono é fundamental para a manutenção da saúde geral, complementa Soster.

A privação crônica de sono não afeta apenas o humor e o desempenho diário; a longo prazo, eleva o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral, e prejudica a saúde óssea, favorecendo o desenvolvimento de osteoporose. Além disso, o sono inadequado está associado ao declínio cognitivo, aumentando o risco de demências, incluindo o Alzheimer, e enfraquece o sistema imunológico, diminuindo a capacidade do organismo de se defender contra infecções.

É importante ressaltar que o efeito das telas não se avalia apenas pelo tempo de uso, mas também pelo momento e pelo tipo de atividade. Em algumas ocasiões, poucos minutos de uma atividade muito estimulante no celular antes de dormir já são suficientes para prejudicar o sono, afirma Leticia Soster.

Evitar o uso de telas, principalmente durante a noite, é a única maneira de se proteger desses prejuízos. “O ideal é evitar a exposição às telas duas horas antes de ir para a cama”, orienta Mello. Além disso, atualmente existem configurações nos celulares e tablets para reduzir a emissão de luz azul à noite, o que pode ajudar, mas não substitui a necessidade de reduzir o uso.

Para promover noites de sono mais tranquilas, recomenda-se implementar uma rigorosa “higiene do sono”. Isso envolve definir horários regulares para dormir e acordar, sem exceções nos finais de semana ou feriados, e evitar, pelo menos três horas antes de deitar, bebidas contendo cafeína (café, chás e refrigerantes) ou álcool. É importante também escolher refeições leves à noite, manter o quarto o mais escuro e silencioso possível e ajustar a temperatura do ambiente para um nível confortável, sem calor ou frio excessivos.

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Fonte: CNN Brasil

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