A detenção de Tuta, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), não deverá provocar alterações relevantes nas atividades da organização criminosa, conforme aponta o jornalista investigativo Valmir Salaro.
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Em entrevista à CNN, Salaro, que acompanha a expansão do crime organizado há anos, afirmou que Tuta “será uma peça que será substituída imediatamente”.
Segundo o especialista, a estrutura do PCC para o comércio de drogas e outros crimes, como lavagem de dinheiro, permanecerá inalterada. “Para o esquema da facção, tudo bem, tem uma perda, mas para a estrutura toda de comércio, de tráfico de drogas e outros crimes, como lavagem de dinheiro que o PCC faz em decorrência da venda da cocaína não só para o Brasil, mas para a África e Europa, já tem outro substituto”, explicou Salaro.
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Refúgio na Bolívia e expansão internacional
Tuta foi capturado após cinco anos foragido em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, que é considerada um “paraíso de grandes criminosos”. Salaro indicou que outros líderes do PCC, como André do Rap, Forjado e Português, ainda se encontram na região e podem liderar as operações.
O jornalista ressaltou a expansão internacional do PCC, indicando que a organização é atualmente vista como uma das maiores facções criminosas do mundo. Além do tráfico de drogas, Salaro apontou que Tuta estava envolvido na preparação de resgates de presos em cadeias brasileiras, evidenciando a complexidade e o alcance das operações da facção.
Dificuldades no enfrentamento das organizações criminosas.
Salaro também discutiu os desafios enfrentados pelas autoridades no combate ao crime organizado, apontando a vasta fronteira seca de 14 mil quilômetros do Brasil, que dificulta o policiamento eficaz. Ele ressaltou a facilidade com que veículos roubados e substâncias ilícitas cruzam as fronteiras, evidenciando a complexidade da questão.
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A polícia brasileira busca, tenta prender a polícia federal, as polícias estaduais, mas é muito difícil enfrentar um crime que cada vez está mais estruturado, mais violento e colocando em risco a segurança não só do país, mas de todas as instituições.
Fonte: CNN Brasil