Vaticanistas estimam que a eleição do novo papa ocorrerá em até cinco rodadas

O cume que escolherá o próximo papa foi agendado para iniciar em 7 de maio. No dia 8, o novo papa seria eleito.

29/04/2025 9h26

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(Imagem de reprodução da internet).

O conselho que escolherá o próximo papa de Francisco está programado para iniciar em 7 de maio. Caso tudo ocorra conforme o esperado, a Igreja Católica terá um novo papa já em 8 de maio.

Em um conclave, há quatro votações por dia: duas pela manhã e duas à tarde. As três últimas eleições na Capela Sistina se resolveram em pouco tempo.

O conclave que selecionou João Paulo II, em 1978, contou com oito votos; o que escolheu Bento XVI, em 2005, teve apenas quatro; o que indicou Francisco, em 2013, cinco. A média de duração, desde 1900, é de três dias.

A eleição papal mais curta foi a de Júlio II, o papa do Renascimento, em 1503, que foi resolvida em dez horas. A eleição mais longa, que coroou Gregório XI, durou dois anos e nove meses, entre 1268 e 1271, com reuniões espaçadas ao longo dos meses. Cansados do impasse, habitantes de Viterbo, então sede papal, trancaram a chave dos cardeais na grande sala do palácio pontifício e disseram que eles só sairiam dali quando houvesse uma escolha.

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A avaliação dos especialistas vaticanos aponta que o catorce de maio deverá ter, no máximo, cinco rodadas de votação.

Para ser eleito papa, um cardeal necessita de, no mínimo, dois terços dos votos. A primeira votação geralmente é de reconhecimento de campo. Em 2013, o argentino Jorge Mario Bergoglio obteve apenas 12 votos nessa etapa e toda a estratégia de cooperação foi construída a partir desse resultado.

Na terceira votação, a situação costuma se tornar mais evidente. Conforme o Corriere della Sera, “quando uma minoria consegue um terço dos votos para formar um bloco que impede o candidato mais forte de prosseguir”. É o momento de eliminar hesitações com compromissos.

O jornal recorda que, em 2005, Bergoglio alcançou essa terceira posição. Para vencer resistências ao seu nome, o alemão Joseph Ratzinger, o candidato com mais votos, simulou uma renúncia à candidatura. Dessa forma, obteve a adesão de quem ainda hesitava em escolhê-lo. Ao final do dia, foi eleito.

Os cardeais se reúnem nas Assembleias Gerais, reuniões que antecedem o conclave. É o período em que os cardeais com mais de 80 anos, que não participarão da eleição, tentam influenciar os que permanecerão trancados na Capela Sistina, sem contato com o mundo externo até a escolha do novo papa.

Um dos cardeais mais atuantes nas articulações é Camillo Ruini, de 94 anos, ex-cardeal da ala mais conservadora do cardialato. Segundo o Corriere della Sera, ele afirma a quem lhe pede conselhos que “o papa também deve ser benevolente no governo da Igreja”, que não seja como Francisco, considerado autoritário.

Camillo Ruini declarou ao jornal que os funerais de Francisco transmitiram a sensação de que o problema da divisão da Igreja havia sido solucionado, o que, de certa forma, envolvia o próprio Bergoglio. Contudo, a divisão persiste, com o paradoxo de que os que apoiam Francisco são, em sua maioria, pessoas leigos, enquanto os que o criticam são frequentemente membros do clero.

Ruini argumenta que Francisco buscava alcançar aqueles que haviam se afastado da Igreja, o que, no entanto, provocou irritação em defensores de posições católicas consolidadas.

Diante da divisão entre aqueles que buscam preservar os valores tradicionais e os que desejam se abrir ao mundo contemporâneo, é preciso agir com cautela para conciliar ambas as perspectivas. Infelizmente, a população percebeu uma escolha nítida de Bergoglio pela abertura às novidades e muitos o rejeitaram para permanecer fiéis às suas convicções.

Fonte: Metrópoles

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