Venda de pequenas empresas diminui, contudo, estimativa para 2025 aponta crescimento de 1,3%
Pesquisa do IODE-PMEs aponta para o efeito dos juros elevados no setor e ressalta a necessidade de monitorar o crédito e a reforma tributária.

O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) apontou para uma redução de 1,2% no faturamento das pequenas e médias empresas brasileiras no primeiro trimestre de 2025.
A comparação é realizada com o mesmo período de 2024 e reflete um cenário de menor confiança entre os agentes econômicos.
Apesar do começo de ano com desempenho negativo, a projeção da plataforma Omie aponta para um crescimento de 1,3% para o setor durante o ano de 2025.
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A contagem indica uma atividade mais branda, sobretudo quando comparada ao ritmo de crescimento observado nos últimos três anos.
A projeção acompanha a tendência geral da economia brasileira.
Segundo Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, o resultado previsto para as PMEs corresponde às projeções do PIB.
A mediana das projeções do Boletim Focus, do Banco Central, aponta para um crescimento de aproximadamente 2% para a economia brasileira em 2025.
De acordo com Beraldi, o setor de pequenas e médias empresas seguia, até então, um ritmo de crescimento superior à média nacional.
Este ano, observa-se uma desaceleração, em linha com o contexto macroeconômico.
A renda das famílias sustenta a expectativa de crescimento.
Uma das razões que sustentam a perspectiva otimista é o crescimento da renda familiar.
Em um período de doze meses até março, o rendimento médio real dos salários aumentou 4,4%, conforme dados da Omie.
Este valor apresenta um aumento de 8,1% em relação à média observada em 2019, período anterior à pandemia.
O incremento da renda auxilia na manutenção do consumo e fomenta condições de expansão para segmentos específicos, notadamente no comércio e serviços.
Altos juros e inflação continuam restringindo o crescimento.
Apesar do aumento da renda, as taxas de juros permanecem elevadas e dificultam o acesso ao crédito.
Este fator impacta diretamente setores como a indústria, a construção civil e o varejo, que necessitam de mais capital para operar e crescer.
As pressões inflacionárias ainda persistem, demandando maior cautela dos empresários nas decisões de investimento e na gestão dos custos.
Reforma tributária será tema central para o setor.
A reforma tributária surge como um fator adicional para as pequenas e médias empresas.
A alteração, já aprovada, será implementada de maneira progressiva a partir de 2026.
Felipe Beraldi destaca que o assunto demanda atenção dos empresários.
A nova medida terá implicações importantes para a competitividade das empresas, inclusive aquelas que optam pelo Simples Nacional, avisa.
IODE-PMEs acompanha movimentações reais de mais de 170 mil empresas.
O IODE-PMEs, desenvolvido pela Omie, avalia o desempenho econômico de empresas que apresentam faturamento limitado a R$ 50 milhões por ano.
O índice se fundamenta em dados anonimizados de contas a receber, obtidos de mais de 170 mil clientes, com cobertura sobre 701 códigos CNAE.
Os valores são ajustados pela inflação, utilizando o IGP-M da FGV, para avaliar a evolução em termos reais.
O indicador fornece uma análise aprofundada do desempenho das empresas de pequeno e médio porte e funciona como um termômetro do cenário econômico desse setor no Brasil.
Fonte: Carta Capital