Venezuela Denuncia Bloqueio Naval como Violação do Direito Internacional
O governo venezuelano manifestou seu repúdio oficial nesta terça-feira (16) em resposta à ordem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor um bloqueio completo a navios petroleiros alvos de sanções que tentem entrar ou sair do país sul-americano.
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A administração americana classificou a ação como uma “ameaça grotesca” e anunciou que buscará denunciar o caso à Organização das Nações Unidas (ONU) como uma grave violação do Direito Internacional.
Contexto das Tensões
A reação de Caracas ocorre após declarações de Trump na rede social Truth Social, onde o republicano afirmou que a Venezuela está “cercada pela maior Armada já reunida na história da América do Sul”. O presidente norte-americano justificou o bloqueio, designando o governo venezuelano como uma “Organização Terrorista Estrangeira”, e alegou que a medida é uma resposta a supostos roubos de petróleo e terras de norte-americanos, além de acusações de envolvimento do regime com tráfico de drogas e de pessoas.
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Reação Venezuelana e Alegações
Em comunicado divulgado pela vice-presidente Delcy Rodríguez, a Venezuela alegou que a ação viola a soberania nacional, o livre comércio e a navegabilidade no Mar do Caribe. O texto oficial sustenta que o bloqueio visa “roubar as riquezas” do país e reafirma que a nação não se submeterá a poderes estrangeiros.
Escalada de Conflitos e Estratégias
O cenário de conflito se intensificou na última semana, quando os EUA apreenderam um petroleiro na costa venezuelana, ato que Caracas chamou de “pirataria”. Washington, por sua vez, alegou que a embarcação integrava uma rede ilegal de suporte ao terrorismo.
Apesar das sanções impostas desde 2019, que visam pressionar o governo Maduro, a Venezuela mantém uma exportação diária estimada em 1 milhão de barris de petróleo.
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Táticas de Contorno e Informações de Inteligência
Para contornar as restrições, o país tem utilizado os chamados “navios fantasmas” — embarcações que alteram nomes e bandeiras frequentemente para evitar o rastreamento. De acordo com informações de inteligência de mercado, cerca de 18 navios sancionados encontram-se atualmente em águas venezuelanas.
Embora Trump tenha prometido um bloqueio total, ainda não foram detalhados os protocolos operacionais da medida, nem se haverá interceptações diretas pela Guarda Costeira ou por forças militares, que já contam com porta-aviões e milhares de soldados posicionados na região desde agosto.
