Venezuela e EUA retomaram as negociações para permitir que a Chevron explore petróleo na região de Canaima, afirmou o presidente Nicolás Maduro

O governo Trump revogou a permissão para a empresa operar no país; a Chevron está na Venezuela desde o início do século XX.

25/07/2025 11h41

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(Imagem de reprodução da internet).

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou nesta quinta-feira (24) que a petroleira estadunidense Chevron recebeu autorização da Casa Branca para prosseguir com a extração de petróleo em território venezuelano. Segundo o mandatário, a informação foi transmitida pela gestão de Donald Trump à ministra do Petróleo e vice-presidente, Delcy Rodríguez.

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A notícia foi divulgada pelo Wall Street Journal. De acordo com a publicação, o acordo foi estabelecido após a troca entre os 252 venezuelanos que se encontravam no El Salvador e os 10 estadunidenses que estavam detidos na Venezuela por envolvimento em planos golpistas no país caribenho.

O governante venezuelano afirmou que há um esforço em curso para que a empresa americana retome suas atividades nos poços do país.

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As empresas internacionais são bem-vindas a trabalhar na Venezuela. Durante esses meses, com a continuidade da chantagem, a produção petrolífera venezuelana aumentou 12%, sem a necessidade de licenças. Já existem grupos de trabalho para assegurar que a Chevron possa retomar suas funções e trabalhar com base na legalidade; ela é bem-vinda na Venezuela.

A empresa possuía uma licença para operar na Venezuela, porém esse documento perdeu a validade em 27 de maio e a Casa Branca não concedeu a renovação. Responsável pela produção e comercialização de aproximadamente 220 mil barris de petróleo diários na Venezuela, a Chevron assegurava ao governo do país uma entrada considerável de dólares, em um cenário de forte restrição que dificultava a venda do principal produto do país para o mercado internacional.

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A Chevron colabora também com a empresa petrolífera venezuelana PDVSA na produção de barris. Um exemplo disso é a Petroindependência, empresa mista que pertence majoritariamente à PDVSA (60%), mas possui participação de 34% da Chevron. Conforme a legislação de hidrocarbonetos da Venezuela, as empresas mistas devem pagar 33% de royalties à PDVSA e 50% de imposto de renda ao Estado.

A empresa americana também possui participação em outras três empresas combinadas nas quais é sócia minoritária da estatal venezuelana PDVSA: Petropiar, Petroboscas e Petroindependiente.

Engenheiros da PDVSA, entrevistados pelo Brasil de Fato, relatam que a Chevron facilitava a importação do petróleo venezuelano para o mercado dos EUA, embora ainda fosse possível manter um volume médio de 1 milhão de barris diários e comercializar para outros mercados. Isso se devia ao fato de que a maioria dos profissionais das equipes da Chevron são venezuelanos e possuem o conhecimento necessário para sustentar as operações.

Em julho, Rodríguez declarara que empresas estrangeiras ainda estavam operando na extração de petróleo no país. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) informou, em junho, que a produção venezuelana de petróleo alcançou 1.069.000 barris por dia.

A Chevron está atualmente em plena produção. Atualmente, os campos da Eni também estão em plena produção. Atualmente, os campos da Repsol também estão em plena produção, afirmou a vice-presidente venezuelana.

O anúncio da saída da Chevron ocorreu em fevereiro, com a empresa tendo 30 dias para interromper suas operações no país. Os efeitos econômicos sobre Caracas não são claros e ainda são difíceis de serem determinados. Considerando os preços do barril de petróleo na terça-feira (3), o país deixará de receber US$ 13,8 milhões (R$ 78,6 milhões) por dia apenas com a saída da Chevron.

A Casa Branca também proibiu que qualquer empresa realize negócios com o setor petroleiro venezuelano, ameaçando novas sanções para quem entrasse no mercado do país caribenho. No decreto anunciado em abril, o presidente Donald Trump também determinou tarifas de 25% para os países que comprassem petróleo da Venezuela.

Fonte por: Brasil de Fato

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