Venezuelano solicita US$ 1,3 milhão ao governo Trump por ser deportado para El Salvador

León Rengel afirma ter sido confundido com um integrante de facção e removido à força para a nação governada por Bukele, onde permaneceu isolado e sem c…

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(Imagem de reprodução da internet).

Um imigrante venezuelano iniciou na quinta-feira, 24, a ação judicial contra o governo do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, por 1,3 milhão de dólares em relação aos danos sofridos ao ser detido na megaprisão de El Salvador, pertencente a membros de gangues.

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Adrián León Rengel, barbeiro de 27 anos, foi um dos 252 imigrantes venezuelanos deportados e enviados em março para o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), após Trump aplicar a Lei de Inimigos Estrangeiros do século XVIII contra integrantes da gangue Tren de Aragua.

Ele foi solto em 18 de julho, por meio de um intercâmbio entre a Venezuela e os Estados Unidos, e atualmente se encontra em Caracas.

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O Democracy Defenders Fund (DDF) e a Liga dos Cidadãos Latino-Americanos Unidos formalizaram uma denúncia administrativa contra o Departamento de Segurança Interna (DHS), marcando o início de um possível processo judicial.

“Vamos levar o caso diretamente a um juiz para abrir um processo contra o presidente Donald Trump e todo seu núcleo de trabalho”, declarou Leão Rengel à AFP em sua casa na Venezuela.

Toda essa demora não tivemos notícias da nossa família. Quem vai arcar com isso? Como recuperaremos tudo o que tínhamos, tudo que perdemos? Como faremos para recuperar?

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Leão Rengel busca a exclusão de seus antecedentes criminais e ainda solicita uma indenização em dinheiro.

Ele insistiu que deveriam ser compensados devido à injustiça que sofreram. “O sofrimento da minha mãe e da minha filha”, que residem na Venezuela.

Leão Rengel também indicou que “muitos” de seus companheiros de prisão “estão pensando em se juntar a esta ação”.

Fizeram-nos sentir como se fôssemos animais.

Agentes do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) detiveram Leon Rengel em 13 de março, data do seu aniversário, na garagem de seu apartamento em Irving, Texas, conforme a denúncia.

Leão Rangel apresentou a documentação comprovando seu status de residente temporária e seu agendamento no serviço de imigração, previsto para 2028, ressaltou, porém os agentes consideraram suas tatuagens como prova de filiação ao Tren de Aragua.

Ele não é membro dessa gangue, insistiram os advogados, classificando sua detenção como “equivocada e negligente”, sem justa causa ou devido processo legal.

Eles o enganaram, alegando que o enviariam de volta ao seu país, quando, de fato, Rengel permaneceu em El Salvador por mais de quatro meses, sofrendo abuso físico, verbal e psicológico.

“Você não podia falar, rir ou fazer nada dentro da cela porque tudo motivava socos e gritos”, afirmou Leão Rengel.

Eles nos trataram como animais, não é justo o que nos fizeram e que venham lavar as mãos como se nada tivesse acontecido.

A ação descreve agressões com punhos e cassetetes no tórax e abdômen.

Alarme

Há mais de um mês, sua família desconhecia seu paradeiro, de acordo com o texto.

Leon Rengel pertencia a um grupo de venezuelanos sobre o qual um tribunal federal determinou que o governo não pudesse deportá-lo ou devolvê-lo durante o processo, ordem que foi desrespeitada, conforme a denúncia.

Seu irmão e cônjuge ainda estão nos Estados Unidos.

“Não é necessário ser constitucionalista para que o caso Rengel cause preocupação”, declarou Norm Eisen, presidente do Democracy Defenders Fund, em um comunicado.

Para um norte-americano que acredita na justiça, seria chocante. Prender e desaparecer alguém sem justa causa ou acesso a recursos legais é ilegal e abominável, declarou.

A administração venezuelana declarou que apenas sete dos 252 cidadãos repatriados apresentavam histórico criminal. Migrantes entrevistados pela AFP estimam que o número seja maior, em torno de 40.

“Vou carregar essa marca de criminoso pelo resto da vida, algo em que não acredito.”

Fonte por: Carta Capital

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