Vice-presidente dos EUA critica anexação da Cisjordânia
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, manifestou nesta quinta-feira (23) sua desaprovação em relação às discussões no Parlamento israelense sobre projetos de anexação da Cisjordânia ocupada. Essa posição se alinha às críticas do secretário de Estado americano, Marco Rubio, antes de sua viagem a Israel.
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O Parlamento israelense aprovou a análise de dois projetos de lei que visam ampliar a soberania israelense na Cisjordânia, um território palestino sob ocupação desde 1967. Para Washington, essas iniciativas representam uma ameaça aos esforços para manter o frágil cessar-fogo na Faixa de Gaza, que se seguiu a dois anos de conflito iniciado por um ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.
Política de não anexação
Vance reiterou que a política do governo Trump é de que a Cisjordânia não será anexada por Israel, afirmando que essa posição continuará a ser mantida. Ele também expressou sua indignação, considerando a manobra política como “muito estúpida”.
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Marco Rubio, por sua vez, alertou na noite de quarta-feira (22) que os passos rumo à anexação da Cisjordânia “ameaçam” o acordo de paz em Gaza, que foi promovido pelo presidente Donald Trump. Ele enfatizou que não é um momento apropriado para apoiar tais ações.
Desafios do cessar-fogo
Funcionários de alto escalão de Washington estão em Israel esta semana para tentar fortalecer o frágil cessar-fogo em Gaza, que começou em 10 de outubro, baseado em um plano proposto por Trump. O acordo enfrentou riscos após confrontos letais em Gaza e acusações de violações da trégua.
Após uma reunião com Netanyahu, Vance reconheceu que os próximos passos do acordo de trégua, que incluem o desarmamento do Hamas e a reconstrução de Gaza, serão “muito difíceis”. Ele destacou a complexidade da tarefa de desarmar o Hamas e melhorar as condições de vida na região.
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Libertação de reféns e situação em Gaza
A primeira fase do acordo prevê o cessar-fogo e a libertação de todos os reféns sob custódia do Hamas desde o ataque de 7 de outubro. Também inclui a retirada israelense de Gaza e a entrada de ajuda humanitária. O Hamas já libertou 20 reféns vivos, mas a devolução de corpos tem sido problemática.
Israel, em resposta, devolveu 195 corpos de palestinos e recuou em algumas áreas de Gaza, mas ainda controla quase metade do território. A ONU aponta que a ajuda humanitária continua insuficiente para atender às necessidades da população.
Decepção da imprensa internacional
A Associação de Imprensa Estrangeira em Jerusalém expressou sua decepção após a Suprema Corte israelense adiar a decisão sobre a entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza. Desde o início do conflito, as autoridades israelenses têm dificultado a entrada da imprensa internacional no território devastado.