São Paulo – Hoje, um grupo do Movimento de Moradia na Luta por Justiça (MMLJ) vai protestar contra a transferência dos usuários da Cracolândia para a Rua Mauá, no centro da cidade.
A manifestação bloqueou o início da avenida Mauá, perto da Estação da Luz, para impedir que as pessoas passassem por lá.
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De acordo com Ivaneti Araújo, coordenadora do Movimento de Moradia na Luta por Justiça (MMLJ), quando as pessoas que usam drogas ficam morando na rua, isso dificulta o direito das outras pessoas de se locomoverem e realizarem tarefas diárias simples, como jogar fora o lixo das casas. Ela explica que tanto os usuários quanto as outras pessoas são vítimas dessa situação, mas é algo que não se pode mais tolerar.
“Existe uma política de carregar o povo em situação de rua de um local para outro, não tem um atendimento digno para essa população. Estamos aqui há mais de 18 anos, temos crianças que precisam ter acesso a escolas, famílias com direito de ir e vir e agora estamos aqui limitados, com nossos direitos violados. A gente não consegue nem jogar o lixo na rua. Eles usam drogas e o cheiro entra para dentro do prédio”.
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Pouco antes das 20h, Ivaneti conversou com a Guarda Civil Municipal (GCM) sobre a situação. “Eles disseram para acalmar o meu povo, que o pessoal de lá [usuários de crack] não vai vir”, afirmou. Segundo ela, a ordem foi dada pela secretária de Segurança Urbana da prefeitura.
Sempre que perguntamos, a Prefeitura de São Paulo nega que influencia o trânsito.
O movimento da Cracolândia está bloqueado na Rua dos Protestantes, cruzamento com a General Couto de Magalhães, perto de um ponto a 200 metros dali, próximo à Estação da Luz.
Houve um protesto na área próxima à Estação da Luz.
Dependentes químicos recebem comida da assistência social na esquina das ruas Protestantes e Gusmões.
Um morador da região gravou um vídeo mostrando um grande grupo de pessoas usando drogas na rua. Isso está acontecendo na Rua dos Protestantes, perto da Rua Mauá, onde os moradores estão protestando. A polícia planeja levar o grupo para um terreno vazio nas proximidades na próxima quinta-feira.
Por volta das 21h, os moradores tornaram a lateral da Estação da Luz, na Mauá, em uma rua de lazer. As crianças estavam jogando futebol, andando de bicicleta, e os vizinhos estavam conversando e se divertindo. Era um cenário muito diferente das duas noites anteriores, quando muitas pessoas ficaram aglomeradas e encurraladas no local.
“Eu queria estar dormindo agora. Trabalho vendendo café na rua de madrugada, mas nos últimos dias não consegui sair de casa. Hoje está como costuma ser, bem tranquilo. É importante termos paz. O barulho aqui não me incomoda, o que me incomoda é o barulho de bombas e o cheiro de drogas.” – Thelma Dias do Vale, 48 anos, vendedora ambulante.
A esquina da Rua dos Gusmões com a Rio Branco também ficou totalmente vazia por volta das 21h30 desta quinta. No mesmo horário, cerca de cem usuários se aglomeraram no cruzamento das ruas Vitória e Conselheiro Nébias, mas foram dispersados pela polícia. Alguns usuários se reuniram na Praça Julio de Mesquita, entre a Barão de Limeira e a São João.
