Vieira e Rubio debatem sobre a alta taxa
O encontro ocorreu em Washington e o chanceler brasileiro declarou ao representante norte-americano que o Brasil se mostra aberto a discutir unicamente …

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, reuniu-se no início da tarde de quarta-feira (30.jul.2025) com o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em Washington (EUA). Abordaram a taxa de 50% aplicada por Donald Trump (Partido Republicano), confirmada nesta quarta-feira.
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De acordo com informações fornecidas pelo Poder360 a autoridades, Vieira teria informado Rubio que o Brasil está disposto a negociar as tarifas comerciais com os Estados Unidos, porém não haveria margem para discussões relacionadas a questões políticas ou da Justiça brasileira.
Foi o primeiro encontro presencial entre Vieira e Rubio após o início do segundo mandato de Trump, em 20 de janeiro. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não solicitou formalmente uma reunião de alto nível com Donald Trump (Partido Republicano), mas contava com a abertura de um diálogo por parte dos Estados Unidos.
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O Palácio do Planalto considerava que as manifestações públicas de Lula, expressando o desejo de conversar e negociar com Trump, já configuravam um convite ao diálogo. Dessa forma, não seria indispensível um pedido formal.
A avaliação do governo é que Trump não demonstrou interesse em dialogar com Lula nas condições propostas pelo Palácio do Planalto. Atualmente, o governo brasileiro estabeleceu contato direto com Rubio.
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O decreto do presidente Donald Trump (Partido Republicano) declara que qualquer contra-retória do Brasil será respondida com uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros. Adicionalmente, indica que poderá ser revista a tarifação caso o Brasil se alinhe de forma adequada com os Estados Unidos.
Se o governo do Brasil retaliar elevando as tarifas sobre as exportações dos Estados Unidos, aumentarei a alíquota de imposto específico definida nesta ordem em um valor equivalente, declarou Trump no decreto.
Segue as íntegrias do decreto e do comunicado em português e em inglês.
O republicano acrescenta que pode modificar o decreto para assegurar que a situação de emergência declarada no documento seja devidamente considerada. Se o Brasil adotasse medidas que se harmonizassem “significativamente” com os Estados Unidos, a imposição de tarifas poderá ser revista.
É improvável que isso ocorra devido ao caráter político da justificativa empregada por Trump para a imposição de tarifas, considerando as decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Posso modificar ainda mais esta ordem”, escreve Trump.
De acordo com o Poder360, a avaliação do governo é que Trump não demonstrou interesse em ter uma conversa com Lula nos termos que o Palácio da Planície almeja. Isso implica limitar o foco do diálogo a questões comerciais, sem considerar Bolsonaro, as grandes empresas de tecnologia ou a atuação de outros poderes, como o Judiciário.
O presidente Trump designou o secretário de Estado Mike Pompeo para acompanhar de perto o Brasil e obter aconselhamento frequente de altos funcionários do governo brasileiro sobre o assunto.
Apesar do tom defensivo — e eleitoral — adotado por ministros petistas e pelo próprio Lula, que têm afirmado publicamente que haverá medidas recíprocas e que a soberania é inegociável, a resposta brasileira tende a ser mais contida. É mais provável que as reações ocorram de forma gradual, e não por meio de um contra-ataque imediato.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou, na terça-feira (29.jul), que o Brasil não deve prosseguir com as compras dos Estados Unidos, visto que estes não desejam ter relação comercial com os brasileiros.
Se confirmadas e implementadas essas tarifas, medidas de reciprocidade serão, sim, tomadas, porque, já que eles não querem ter relação comercial com o Brasil, o Brasil também não precisa continuar comprando deles, pode comprar de outros países.
É improvável, contudo, que haja uma taxação linear para os EUA ou que seja na mesma proporção. O Itamaraty afirma, nos bastidores, que a prioridade atualmente é reabrir canais de negociação.
6 meses de isolamento
Apesar de afirmar que o governo Lula tem se esforçado para negociar “sem qualquer contaminação política ou ideológica” desde 9 de julho, quando Donald Trump anunciou a tarifação, os atos e declarações do presidente, de integrantes do PT e do governo não têm seguido essa orientação.
A situação para uma possível negociação de alto nível se agravou. Essa deterioração foi percebida também em Washington devido a algumas decisões recentes do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O petista não demonstrou interesse em ter uma reunião direta com Trump desde a posse do norte-americano (em 20 de janeiro). Afirmou não ter assunto para conversar e que seria ridículo.
Transcorreram seis meses de distanciamento entre o Brasil e os Estados Unidos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou não ter conseguido ser recebido pelo chefe do Departamento de Estado norte-americano, Marco Rubio.
O presidente brasileiro afirmou, na semana passada, que se Trump estivesse blefando ao impor tarifas, o Brasil solicitaria 6, em referência à estratégia do jogo de truco, onde o blefe é fundamental. Em resumo, o chefe do executivo indicou que o americano estaria blefando.
O petista também reclama que ninguém atende aos pedidos de conversa com o Brasil, sem relembrar que em 2024 afirmou que Trump era uma espécie de fascismo e nazismo com nova cara.
Fonte por: Poder 360