Xiaomi lança SUV elétrico e novo chip para competir com Tesla e Apple

Empresa chinesa investe US$ 1,87 bilhão em chip que visa ultrapassar a Apple, ao mesmo tempo em que lança veículo elétrico com autonomia de 835 km.

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A Xiaomi, empresa chinesa de eletrônicos de consumo, lançou um novo SUV elétrico e apresentou um chip para smartphone desenvolvido internamente, buscando expandir sua atuação além de suas origens em produtos de baixo custo.

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O diretor executivo e fundador da empresa, Lei Jun, lançou o YU7, o primeiro SUV da Xiaomi, e o Xring O1, um chip móvel de 3 nanômetros projetado para competir com os utilizados em smartphones de alta performance da Apple e Qualcomm, durante um evento transmitido ao vivo em Pequim na quinta-feira (22).

O lançamento, que também apresentou outros produtos como um tablet, ocorreu em celebração do 15º aniversário da Xiaomi e indica uma renovação da sua imagem.

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O evento também ocorre após um acidente automobilístico fatal amplamente divulgado no leste da China em março, que lançou uma sombra sobre suas ambições em veículos elétricos.

A diversificação da Xiaomi em automóveis e semicondutores também demonstra a maior ambição de Pequim de reduzir a dependência do país em relação à tecnologia estrangeira. O SUV YU7, que será lançado em julho, proporcionará uma autonomia de até 835 quilômetros com uma única carga.

Seu modelo topo será capaz de atingir 100 quilômetros por hora em menos de três segundos – um desempenho que Lei afirma ser superior ao do Model Y da Tesla e aos modelos similares da Porsche.

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Os modelos padrão incluem software de assistência direcionado. Não foram divulgados detalhes sobre preços ou o cronograma de pré-venda no lançamento.

A empresa Xiaomi informou, em publicação recente nas redes sociais, que a antecipação de pedidos e o anúncio dos preços foram suspensos temporariamente.

O setor automotivo da Xiaomi tem sido alvo de forte análise recentemente, após um sedan SU7, o primeiro veículo elétrico da empresa, estar envolvido em um acidente fatal em março que resultou na morte de três indivíduos.

O incidente suscitou dúvidas acerca do marketing da tecnologia de direção autônoma da Xiaomi e resultou em uma redução temporária nos pedidos no mês subsequente.

A lei também definiu semicondutores como prioridade estratégica. Ele informou que a empresa investiu 13,5 bilhões de yuans (US$ 1,87 bilhão) no desenvolvimento do Xring O1.

A Xiaomi, assim como a Apple e a Nvidia, apenas projeta os chips e terceiriza a produção para a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), a maior fabricante de chips do mundo.

A legislação indicou que o chip Xring O1 apresentou superioridade em relação ao chip A18 Pro dos iPhones mais recentes da Apple em diversas métricas, incluindo melhor desempenho térmico em comparação com os concorrentes durante jogos intensos. O chip será lançado no smartphone 15S Pro da Xiaomi, que tem um custo de 5.499 yuans (US$ 764).

O desenvolvimento de chips de três nanômetros coloca a Xiaomi à frente da outra grande empresa tecnológica chinesa, a Huawei, que enfrenta dificuldades para produzir chips além de sete nanômetros devido a sanções dos Estados Unidos. Ao contrário da Xiaomi, a Huawei está impedida de colaborar com a TSMC.

A emissora estatal chinesa CCTV considerou o novo chip da Xiaomi como um “progresso” em uma publicação nas redes sociais no início da semana.

A Xiaomi, por meio do desenvolvimento de seus próprios chips, visa diminuir a dependência de componentes da Qualcomm e MediaTek, buscando replicar a estratégia verticalmente integrada da Apple em relação a hardware e software.

O chip Xring também alimentará outros dispositivos topo de linha, incluindo seus tablets.

Em uma publicação nas redes sociais chinesas na segunda-feira, Lei afirmou que a Xiaomi iniciou o desenvolvimento de seus próprios chips há mais de uma década, em 2014. No evento de lançamento, ele declarou que a empresa havia investido 13,5 bilhões de yuans (US$ 1,87 bilhão) nesse processo até abril deste ano.

Lei afirmou que a Xiaomi destinará no mínimo 50 bilhões de yuans (US$ 7 bilhões) em investimentos em chips durante a próxima década.

Ele anunciou um investimento mínimo de 6 bilhões de yuans (aproximadamente US$ 833 milhões) no desenvolvimento de chips, com sua equipe de pesquisa e desenvolvimento que contava com 2.500 membros.

A mídia estatal chinesa People’s Daily afirmou, em um comentário online publicado na semana passada, que o novo chip desenvolvido pela Xiaomi demonstrava a habilidade das empresas privadas de “abrir novos caminhos” em um cenário internacional complexo e em rápida evolução.

Acredita-se que, com perseverança e esforço, nada é impossível. Os Estados Unidos e a China estão em disputa em relação ao acesso aos semicondutores mais sofisticados.

Na última semana, Pequim criticou consistentemente Washington por advertir empresas contra o emprego de chips de IA produzidos pela gigante tecnológica chinesa Huawei.

A China acusou a administração Trump de “minar” um acordo alcançado nas recentes negociações comerciais em Genebra, onde houve concordância em reduzir temporariamente as tarifas e utilizar uma janela de 90 dias para a elaboração de um acordo mais abrangente.

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Fonte: CNN Brasil

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