Zambelli alega que não resistiria à prisão e faz apelo a colegas da Câmara
A deputada poderá ingressar no STF, contudo, espera que a Câmara a sustente, como ocorreu com Alexandre Ramagem (PL-RJ).

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada no caso de invasão hacker a um sistema do Conselho Nacional de Justiça, criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal, declarou contar com o apoio de seus colegas para suspender a ação penal e afirmou que “não sobreviveria ao cumprimento da pena na cadeia”. As declarações foram proferidas em coletiva de imprensa nesta quinta-feira 15.
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Os ministros da Primeira Turma do STF julgaram unânime a condenação da bolsonarista a dez anos de prisão e à perda do mandato por falsidade ideológica. A decisão se baseou na acusação de que ela foi a mentora intelectual de um ataque cibernético a dispositivos informáticos do CNJ, em colaboração com o hacker Walter Delgatti Netto, condenado a oito anos de prisão. A decisão cabe recurso à Corte.
Uma das ações da dupla seria a inserção, no Banco Nacional de Mandados de Prisão, de um falso mandado contra o ministro Alexandre de Moraes. “Seria muita burrice e não colocaria mandado em risco por uma brincadeira sem graça”, afirmou Zambelli a jornalistas ao lado de seu advogado, Daniel Bialski.
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A equipe da deputada elaborou um dossiê que aponta inconsistências no julgamento e no relatório da Polícia Federal, que a incrimina. Ela declarou que Delgatti altera sua versão dos fatos em cada depoimento e defendeu Jair Bolsonaro (PL), afirmando que o ex-presidente não possui qualquer ligação com o caso.
“Se eu for presa, irei me apresentar à prisão. Mas não me vejo capaz de receber os cuidados de que necessito”, declarou ainda a parlamentar, afirmando sofrer de depressão, síndrome da taquicardia postural ortostática, que provoca tontura e aumento da frequência cardíaca ao levantar, e síndrome de Ehlers-Danlos.
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Zambelli também solicitou uma última palavra da Câmara dos Deputados em seu favor. Seu partido, o PL, pediu que a Casa suspenda a ação penal contra ela, como tentou fazer com Alexandre Ramagem (RJ), réu por envolvimento na trama golpista de 2022. Contudo, líderes não desejam aumentar a indisposição com o STF por um caso considerado “perdido”.
O caso Ramagem envolve diversas pessoas e é mais fácil provar que ele não tem relação com a história. Ou não, não sei. Eu mesma avancei na minha defesa, quando percebi que ele precisava, afirmou. Além de apresentar recursos ao Supremo e tentar atrasar o trânsito em julgado, a deputada afirma que agirá para convencer os deputados a sustar o processo.
Não é interessante acelerar a estratégia, mas já tenho boa parte do apoio necessário para realizar esta votação. Estamos aguardando o momento oportuno e ainda temos tempo para concretizá-la.
Fonte: Carta Capital