Zambelli sofre perseguição política, afirma Flávio Bolsonaro

Senador declara reconhecer que a deputada cometeu um crime, mas considera a condenação como “injusta”.

15/06/2025 9h17

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Senador Flávio Bolsonaro e o deputado Paulo Bililysnkyj, após reunião com Ricardo Pita, funcionário do gabinete do assunto do hemisfério ocidental do departamento de Estado dos EUA. Trataram sobre o crime organizado do Brasil assiciado com o crime nos EUA. | Sérgio Lima/Poder360 - 05.mai.2025

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acredita que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) é vítima de perseguição política. Declarou reconhecer que ela cometeu um crime, mas classificou a condenação como “injusta” e enxerga a fuga do Brasil como um “ato de desespero”. As declarações foram feitas em entrevista à Folha de S. Paulo publicada no sábado (14.jun.2025).

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Zambelli foi julgada e recebeu 10 anos de prisão por unanimidade pela 1ª turma do STF em 14 de maio deste ano. O tribunal avaliou o processo criminal em que a deputada e o hacker do “Vaza Jato”, Walter Delgatti Neto, são acusados pelos crimes de invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e falsidade ideológica. Bolsonaro considera que não se trata de um crime que justifique a condenação.

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É preciso defender aqueles que consideramos injustamente perseguidos. Acredito que a Carla também está sendo vítima de uma perseguição política. Ela é acusada de ter dado ordem a um indivíduo hacker para invadir o sistema do CNJ e colocar um mandado de prisão para o Alexandre de Moraes. Cometeu um crime. No entanto, não é um crime para ser condenado a 10 anos de prisão.

O senador argumentou que Zambelli deve ser incluída no projeto de lei que oferece anistia aos envolvidos nos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023. O incidente do ataque hacker ocorreu em 2022 e a deputada foi julgada e condenada neste ano. Bolsonaro fez críticas à rapidez com que Zambelli foi considerada culpada e declarou que ela “não merece estar presa”.

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O senador declarou que observa outra pessoa presente com um nível de descrença em relação às instituições brasileiras, chegando até ao desespero, em relação ao que fazer da vida. Ele acredita que ela não merece estar presa e não merece a condenação que recebeu.

ZAMBELLI foi condenada.

Investigações revelaram que o ataque foi conduzido por Walter Delgatti, que admitiu ter agido sob as ordens da parlamentar. O hacker por trás do “Vaza Jato” foi sentenciado a oito anos e três meses de prisão no mesmo processo.

A acusação da PGR sustenta que a congressista orquestrou a invasão do sistema do conselho para expedir um mandado de prisão para Moraes, como se ele estivesse autorizando sua própria detenção.

O relator, Alexandre de Moraes, votou pela perda do mandato de Zambelli, que deverá ser declarada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Ele determinou ainda a inelegibilidade da congressista por 8 anos. Mesmo inelegível, Zambelli só perderá o mandato quando não houver mais possibilidade de recurso.

A congressista e Delgatti ainda precisam pagar R$ 2 milhões em indenização por danos materiais e morais coletivos. O montante será destinado a um fundo administrado por um conselho federal ou por conselhos estaduais do Ministério Público para restabelecer os bens danificados.

Zambelli afirmou que “não sobreviveria na cadeia”. Declarou possuir síndrome de Ehlers-Danlos, depressão e problemas cardíacos.

A defesa da parlamentar recorreu à decisão do STF, questionando a condenação e o pagamento de R$2 milhões em danos coletivos. O Supremo, contudo, manteve a sentença, por unanimidade.

ZAMBELLI DEIXA O BRASIL

A deputada afirmou ter deixado o Brasil em 3 de junho. Posteriormente, seu advogado, Daniel Bialski, comunicou sua saída da defesa. No dia seguinte, Alexandre de Moraes ordenou a prisão preventiva e a suspensão das redes sociais de Zambelli.

A Câmara dos Deputados concedeu licença de 127 dias à deputada federal. A congressista solicitou afastamento por “tratamento de saúde” por 7 dias e mais 120 por “interesse particular”. Segue a íntegra da decisão (PDF – 3 MB).

A congressista Zambelli teve seu nome incluído na lista vermelha da Interpol, sob solicitação de Moraes. ela figura como foragida internacional e pode ser detida em outros países.

Fonte por: Poder 360

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