Zelensky afirma que a Rússia busca apenas prolongar a guerra para continuar com a invasão

O encontro entre representantes dos governos da Rússia e da Ucrânia, ocorrido na última sexta-feira em Istambul, não alcançou um acordo de cessar-fogo. A pressão dos Estados Unidos sobre Putin tem produzido pouco impacto efetivo.

20/05/2025 13h45

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(Imagem de reprodução da internet).

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de tentar ganhar tempo ao alongar os diás de paz, visando “prosseguir” com a invasão, mesmo com a pressão dos Estados Unidos por um cessar-fogo imediato.

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As declarações de Zelensky se opõem ao otimismo manifestado pelo presidente americano, Donald Trump, após uma conversa aguardada com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, na segunda-feira.

O republicano afirmou que a conversa de duas horas foi positiva, destacando avanços. Acrescentou que Rússia e Ucrânia iniciarão “imediatamente” as negociações para um cessar-fogo.

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Putin, por sua vez, afirmou que está aberto a colaborar em um “acordo” sobre “um possível futuro acordo de paz”, porém rejeitou o cessar-fogo de 30 dias proposto por Trump.

Em Istambul, representantes da Rússia e da Ucrânia se reuniram na sexta-feira para as primeiras negociações diretas sobre o conflito em mais de três anos, sem conseguir estabelecer um acordo de cessar-fogo.

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É evidente que a Rússia tenta ganhar tempo para prosseguir com sua guerra e sua ocupação, afirmou o presidente ucraniano nas redes sociais.

Após retornar à Casa Branca, Trump tentou honrar a promessa feita durante a campanha de que conseguiria encerrar a guerra, mas isso não se concretizou.

Zelensky afirmou na segunda-feira que não possuía informações sobre o conteúdo do “memorando” mencionado por Putin, mas que permaneceria aberto a examinar as sugestões de Moscou.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e, desde então, controla cerca de 20% do território da ex-república soviética, com o conflito já causando a morte de dezenas de milhares de pessoas.

A mediação ocorre no momento em que a Rússia demonstra confiança no avanço de suas tropas no campo de batalha e, adicionalmente, vê o diácom os Estados Unidos como um suporte, após o isolamento e as sanções aplicadas pelos países ocidentais nos últimos anos.

A União Europeia anuncia novas sanções.

A Ucrânia e seus parceiros europeus buscam pressionar Trump a estabelecer novas sanções contra a Rússia, após Putin ter se recusado a comparecer à Turquia para participar das negociações presenciais com Zelensky sobre um cessar-fogo.

Após o diáservidores de alto escalão do governo ucraniano criticaram os negociadores enviados pela Rússia, que apresentaram demandas consideradas inaceitáveis, como a saída das tropas de Kiev de grandes áreas do território ucraniano.

A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, solicitou ao governo dos Estados Unidos que implementasse medidas mais robustas, caso a Rússia não concorde com um cessar-fogo irrestrito na Ucrânia.

A Kallas afirmou que “já anunciou que, se a Rússia não concordar com um cessar-fogo incondicional, haverá consequências. Assim, queremos ver as consequências por parte dos Estados Unidos”, declarou antes de uma reunião ministerial em Bruxelas.

Zelenskyu afirmou, nesta semana, que a Ucrânia e seus parceiros devem trabalhar para persuadir Trump sobre a importância de aumentar as sanções.

A União Europeia aprovou na terça-feira o 17º pacote de sanções financeiras contra a Rússia, uma série de medidas direcionadas especificamente contra os navios que Moscou utiliza para contornar as penalidades, conhecidos como a “frota fantasma”.

O Reino Unido também anunciou novas sanções, voltadas contra essa frota empregada pela Rússia para exportar seus hidrocarbonetos.

Desde o início do conflito, Putin aproximou as relações com a China e também aumentou o comércio de petróleo com a Índia, resistindo às sanções.

A China, que tem sido um suporte fundamental para Moscou, declarou nesta terça-feira que apoia um diáe negociações diretas entre Rússia e Ucrânia para atingir um acordo de paz.

A China espera que as partes interessadas continuem o diáe a negociação para alcançar um acordo de paz justo, duradouro e vinculante, aceitável para todos os envolvidos, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning.

Fonte: Carta Capital

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