O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de tentar ganhar tempo ao alongar os diás de paz, visando “prosseguir” com a invasão, mesmo com a pressão dos Estados Unidos por um cessar-fogo imediato.
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As declarações de Zelensky se opõem ao otimismo manifestado pelo presidente americano, Donald Trump, após uma conversa aguardada com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, na segunda-feira.
O republicano afirmou que a conversa de duas horas foi positiva, destacando avanços. Acrescentou que Rússia e Ucrânia iniciarão “imediatamente” as negociações para um cessar-fogo.
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Putin, por sua vez, afirmou que está aberto a colaborar em um “acordo” sobre “um possível futuro acordo de paz”, porém rejeitou o cessar-fogo de 30 dias proposto por Trump.
Em Istambul, representantes da Rússia e da Ucrânia se reuniram na sexta-feira para as primeiras negociações diretas sobre o conflito em mais de três anos, sem conseguir estabelecer um acordo de cessar-fogo.
É evidente que a Rússia tenta ganhar tempo para prosseguir com sua guerra e sua ocupação, afirmou o presidente ucraniano nas redes sociais.
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Após retornar à Casa Branca, Trump tentou honrar a promessa feita durante a campanha de que conseguiria encerrar a guerra, mas isso não se concretizou.
Zelensky afirmou na segunda-feira que não possuía informações sobre o conteúdo do “memorando” mencionado por Putin, mas que permaneceria aberto a examinar as sugestões de Moscou.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e, desde então, controla cerca de 20% do território da ex-república soviética, com o conflito já causando a morte de dezenas de milhares de pessoas.
A mediação ocorre no momento em que a Rússia demonstra confiança no avanço de suas tropas no campo de batalha e, adicionalmente, vê o diácom os Estados Unidos como um suporte, após o isolamento e as sanções aplicadas pelos países ocidentais nos últimos anos.
A União Europeia anuncia novas sanções.
A Ucrânia e seus parceiros europeus buscam pressionar Trump a estabelecer novas sanções contra a Rússia, após Putin ter se recusado a comparecer à Turquia para participar das negociações presenciais com Zelensky sobre um cessar-fogo.
Após o diáservidores de alto escalão do governo ucraniano criticaram os negociadores enviados pela Rússia, que apresentaram demandas consideradas inaceitáveis, como a saída das tropas de Kiev de grandes áreas do território ucraniano.
A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, solicitou ao governo dos Estados Unidos que implementasse medidas mais robustas, caso a Rússia não concorde com um cessar-fogo irrestrito na Ucrânia.
A Kallas afirmou que “já anunciou que, se a Rússia não concordar com um cessar-fogo incondicional, haverá consequências. Assim, queremos ver as consequências por parte dos Estados Unidos”, declarou antes de uma reunião ministerial em Bruxelas.
Zelenskyu afirmou, nesta semana, que a Ucrânia e seus parceiros devem trabalhar para persuadir Trump sobre a importância de aumentar as sanções.
A União Europeia aprovou na terça-feira o 17º pacote de sanções financeiras contra a Rússia, uma série de medidas direcionadas especificamente contra os navios que Moscou utiliza para contornar as penalidades, conhecidos como a “frota fantasma”.
O Reino Unido também anunciou novas sanções, voltadas contra essa frota empregada pela Rússia para exportar seus hidrocarbonetos.
Desde o início do conflito, Putin aproximou as relações com a China e também aumentou o comércio de petróleo com a Índia, resistindo às sanções.
A China, que tem sido um suporte fundamental para Moscou, declarou nesta terça-feira que apoia um diáe negociações diretas entre Rússia e Ucrânia para atingir um acordo de paz.
A China espera que as partes interessadas continuem o diáe a negociação para alcançar um acordo de paz justo, duradouro e vinculante, aceitável para todos os envolvidos, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning.
Fonte: Carta Capital