Zelensky cancela participação em negociações com a Rússia devido à ausência de Putin

O presidente ucraniano manifestou sua crítica à falta do líder russo e à delegação russa, que ele classificou como de baixo escalão, nas negociações.

15/05/2025 13h47

2 min de leitura

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, desistiu de sua participação no encontro com a Rússia, previsto para esta quinta-feira, 15, em Istambul, na Turquia, com o objetivo de discutir um acordo de paz entre os países. Trata-se do primeiro encontro direto entre os dois líderes desde o início da guerra, há mais de três anos.

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A decisão de Zelensky se deu após a Rússia anunciar que Vladimir Putin não participaria diretamente das negociações. Com a ausência, o líder ucraniano decidiu enviar uma delegação chefiada pelo ministro da Defesa, Rustem Umierov, para a reunião.

Em coletiva de imprensa em Ancara, na Turquia, Zelensky enfatizou que não haveria nada a fazer lá com a ausência de Putin e que a atitude do presidente russo é vista como um desrespeito às negociações. “Sentimentos o desrespeito russo. O nível da delegação enviada é um desrespeito pessoal a mim, ao presidente Trump, ao secretário Marco Rubio e aos ministros turcos e ucranianos aqui presentes”, destacou.

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A equipe enviada por Putin para as negociações diretas com a Ucrânia é formada apenas por oficiais de menor hierarquia e vice-ministros, que Zelensky qualificou de “decorativos” para o diá.

Em resposta, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, intensificou as críticas. “Quem utiliza a expressão ‘pura fachada’? Um palhaço? Um fracasso?”, questionou.

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Apesar de ter sido Vladimir Putin quem anunciou a reunião, e apesar da insistência de Zelensky em um encontro presencial, o porta-voz russo, Dmitri Peskov, admitiu nesta manhã que “não tem planos no momento” de viajar para a Turquia.

A apresentação com nomes de baixa patente contrasta com a reunião de alto escalão que ocorreu na quarta-feira em Moscou para a preparação das próximas negociações, que contou com a presença de Putin, seu ministro das Relações Exteriores e do comandante do Estado-Maior, entre outros.

A troca de acusações entre os líderes alimenta incertezas nas horas que antecedem a reunião, que deveria dar início a um processo diplomático para solucionar o conflito, originado pela invasão russa de fevereiro de 2022 e responsável por dezenas de milhares de mortos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que busca mediar o conflito desde o início de seu segundo mandato, afirmou nesta quinta-feira que “nada vai acontecer” no conflito entre os países até que ele possa se reunir com Putin.

“Não acredito que vai acontecer nada, gostem ou não, até que ele e eu nos reunamos”, declarou Trump, durante a viagem do Catar para os Emirados Árabes Unidos, que fazia parte de sua visita ao Golfo.

Qual é o pedido de cada país no acordo?

A Rússia exige que a Ucrânia abandone o processo de adesão à OTAN e que assegure a manutenção dos territórios ucranianos anexados nos últimos três anos.

A Ucrânia, por sua vez, busca assegurar-se de obter garantias de segurança robustas da comunidade ocidental, visando impedir novos ataques russos e que o Exército de Moscou, que detém o controle de aproximadamente 20% do território ucraniano, se retire do país e desocupe as áreas conquistadas.

(Com informações da AFP)

Fonte: Carta Capital

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