Zelensky manifesta disposição para se reunir em particular com Putin na Turquia
O presidente russo afirmou que pretende negociar diretamente com os ucranianos.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou estar aberto a uma reunião pessoal com Vladimir Putin em Istambul, na Turquia. Putin sugeriu o reinício dos diás, previsto para começar nesta quinta-feira, 15.
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Moscou e Kiev não estabeleceram diádireto desde março de 2022, após a invasão russa da Ucrânia, que resultou em milhares de mortos e possibilitou que a Rússia ocupasse aproximadamente 20% do território ucraniano.
Esperamos um cessar-fogo total e duradouro a partir de amanhã, que forneça uma base necessária para a diplomacia, escreveu Zelensky no X.
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Não há sentido prosseguir com os massacres. Na quinta-feira, espero Putin na Turquia. Pessoalmente. Espero que os russos não busquem desculpas.
O presidente ucraniano havia declarado que estaria disposto a se reunir com os russos em Istambul, em 15 de maio, condicionando a reunião a um compromisso de Moscou com uma trégua de 30 dias, a partir da segunda-feira.
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O Kremlin não respondeu imediatamente e Zelensky não declarou se participaria do encontro caso Moscou rejeite a proposta de cessar-fogo de Kiev e seus parceiros.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitou que a Ucrânia aceitasse a reunião de quinta-feira.
O presidente russo Vladimir Putin não deseja um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia, mas uma reunião na quinta-feira na Turquia para negociar um possível fim do derramamento de sangue. A Ucrânia deveria aceitar de imediato.
Pelo menos, poderiam determinar se era possível ou não um acordo: e se não fosse, os líderes europeus e os Estados Unidos saberião o que esperar e poderiam agir .
Negociações diretas?
Desde sua chegada à Casa Branca, em janeiro, Trump tem buscado o encerramento do conflito o mais breve possível. Ele também promoveu uma aproximação com Putin, que, até o momento, rejeitou os pedidos para um cessar-fogo.
O presidente russo propôs, neste domingo, negociações diretas e sem condições prévias com a Ucrânia na cidade turca.
Ele fez isso no dia seguinte à Ucrânia e aliados europeus darem um ultimato para uma cessação das hostilidades “total e incondicional”. Caso contrário, ameaçaram a Rússia com novas “sanções massivas”.
Putin ignorou as ameaças e, em seu pronunciamento matinal no Kremlin, monitorado pela AFP, criticou a utilização de “ultimatos” e a “retórica anti-russa” dos aliados europeus da Ucrânia.
Ele também sugeriu que a trégua deveria ser estabelecida em conversas e não antes.
Eliminar as raízes do conflito
Putin não rejeitou a possibilidade de tais negociações culminarem em um acordo sobre “algum novo tipo de cessar-fogo”, mas afirmou que o propósito das reuniões deveria ser “eliminar as causas do conflito”.
Com essa afirmação, a Rússia frequentemente evoca uma série de críticas contra Kiev e o Ocidente, que geralmente usa para justificar a invasão. Algumas de suas críticas incluem acusações de “nazificação” da Ucrânia, sua guinada em direção ao Ocidente e a expansão da OTAN.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, confirmou, no domingo, a disposição do seu país em realizar as negociações.
O presidente Erdogan comunicou ao presidente francês, Emmanuel Macron, que “um ponto de inflexão histórico foi atingido nos esforços para encerrar a guerra entre a Ucrânia e a Rússia”, segundo a Presidência turca.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerou “um grande dia para a Rússia e a Ucrânia” e afirmou desejar “continuar trabalhando” com ambos os países para solucionar o conflito.
O presidente francês, um dos articuladores do ultimato à Rússia, classificou a proposta de Putin como “um primeiro passo, mas insuficiente” e o acusou de buscar “ganhar tempo”.
O Kremlin até o momento se limitou a anunciar unilateralmente um cessar-fogo de três dias para comemorar os 80 anos da vitória soviética sobre a Alemanha nazista, após um primeiro acordo de pausa na Páscoa.
A Ucrânia rejeitou o último ultimato russo e solicitou um cessar-fogo de 30 dias.
Fonte: Carta Capital