85 crianças já morreram de fome em Gaza

Restrições impostas por Israel intensificam a crise humanitária; total de mortos por fome atinge 127.

26/07/2025 15h52

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Displaced Palestinians at the Nuseirat refugee camp haul food parcels and other items they managed to get from a GHF aid distribution point at the so-called "Netzarim corridor" in the central Gaza Strip on July 26, 2025. (Photo by Eyad BABA / AFP)

Pelo menos 127 palestinos morreram em Gaza por causa da fome e da desnutrição desde o início do bloqueio imposto por Israel. O Ministério da Saúde do território relata que mais de 85 crianças, incluindo recém-nascidos, estão entre as vítimas. Na semana passada, cinco novos óbitos relacionados à falta de alimentos foram confirmados, em meio à intensificação da crise humanitária e às restrições sobre a entrada de assistência internacional.

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Recentemente, o caso de Zainab Abu Haleeb, uma bebê de cinco meses que faleceu com um peso inferior ao do nascimento, chama a atenção. No Hospital Nasser, em Khan Younis, ela apresentava desnutrição aguda, infecções e ausência de acesso a fórmulas infantis adequadas, conforme informado pelo médico Ahmed al-Farah à agência Associated Press (AP). A mãe expressa o temor de que outras crianças estejam enfrentando a mesma situação: “Somos apenas números”.

No sábado (26) da madrugada, pelo menos 71 pessoas faleceram em novos ataques israelenses em Gaza, conforme informações de hospitais locais divulgadas pela Al Jazeera. Dentre as vítimas, 42 morreram ao tentar acessar pontos de distribuição de alimentos.

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Segundo o Ministério da Saúde local, mais de 59 mil palestinos foram mortos na guerra e outros 144 mil ficaram feridos. No ataque liderado pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, 1.139 pessoas faleceram e mais de 200 foram sequestradas.

Assistência bloqueada e denúncias internacionais.

Apesar do governo israelense declarar que está permitindo a entrada de assistência, organizações humanitárias internacionais acusam o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de utilizar a fome como arma de guerra. “A fome é a intenção”, afirmou Jeremy Konyndyk, presidente do Refugees International e ex-integrante da agência de ajuda dos Estados Unidos, citando reportagem do New York Times segundo a qual o Exército de Israel não encontrou evidências de que a ajuda humanitária estivesse sendo desviada pelo Hamas.

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Konyndyk também criticou a substituição da operação da ONU por uma força militar israelense, o GHF, que “fornece pouca comida e produz massacres diários de pessoas que buscam ajuda”.

O bloqueio à entrada de alimentos e medicamentos em Gaza iniciou-se em março, como uma suposta medida de pressão sobre o Hamas. Líderes da Alemanha, França e Reino Unido solicitaram a Israel que suspenda imediatamente as restrições à entrada de ajuda humanitária. Paralelamente, ataques a civis persistem, incluindo em áreas de distribuição de alimentos.

O grupo Hamas também se manifestou nesta semana sobre o colapso das negociações por um cessar-fogo em Doha, após integrantes da ala ligada ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responsabilizarem a organização palestina pelo fracasso dos acordos. Em resposta, o Hamas afirmou que a principal barreira para um entendimento é o próprio governo de Benjamin Netanyahu, que “evade seus compromissos e impõe obstáculos às mediações em curso”.

De acordo com informações da AlJazeera.

Fonte por: Brasil de Fato

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