A COP30 tem como foco o desejo de representantes da floresta de participarem ativamente das decisões internacionais

Izete Costa, apelidada de Dona Nena, foi designada para defender os interesses dos produtores de pequeno porte no evento a ser realizado em Belém.

07/06/2025 15h11

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(Imagem de reprodução da internet).

Em meio às discussões globais sobre o futuro do planeta, os povos originários e comunidades tradicionais da Amazônia brasileira continuam lutando por um espaço à mesa. Em ano de COP30, que será realizada em Belém (PA), lideranças ribeirinhas e indígenas reforçam a importância de serem ouvidos – não apenas como símbolo, mas como protagonistas na construção de soluções para a crise climática.

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Dentre as vozes que se manifestam, destaca-se a de Izete Costa, apelidada de Dona Nena, produtora rural da ilha do Combu, em Belém. Ela produz cacau orgânico e lidera a marca “Filha do Combu”, que se tornou referência em produção sustentável na região. Dona Nena utiliza apenas dois ingredientes em seu chocolate: cacau e açúcar orgânico. A simplicidade do processo contrasta com a complexidade dos desafios enfrentidos por aqueles que vivem e trabalham na floresta.

Convidada pelo governo estadual para defender os pequenos produtores na COP30, Dona Nena busca assegurar que a regularização fundiária e o acesso ao crédito sejam temas prioritários. “O produtor ribeirinho almeja qualidade de vida, mas para isso necessita ter acesso à terra e ao crédito para investir no futuro. Sem trabalho na mata, as famílias irão migrar para a cidade, o que acarreta o êxodo rural e o desmatamento”, alerta.

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Ela também teme que as mudanças climáticas acelerem o êxodo de jovens da floresta. “Com a chegada do turismo e as mudanças climáticas, há uma mudança cultural das famílias. Precisamos de políticas para evitar isso.”

A voz de Alessandra Munduruku, proveniente do Médio Tapajós, é uma das lideranças indígenas mais importantes do Brasil. Nascida em Itaituba (PA), ela se juntou à luta em defesa de seu território, diante das ameaças impostas por projetos de energia, mineração, grilagem e garimpo ilegal. A comunidade enfrenta problemas com a poluição dos rios causada pelo mercúrio e a insegurança gerada pela demora na demarcação de terras.

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Alessandra critica a omissão dos povos indígenas nas decisões internacionais, mesmo diante de seus impactos diretos, afirmando: “Esperamos que haja uma abertura, pois em todas as COPs os povos indígenas nunca são ouvidos. A solução não são os líderes, a solução somos nós, os povos tradicionais”.

Alessandra complementa: “Possuímos o saber tradicional. Somos os legítimos guardiões da floresta.”

Com a atenção voltada para a Amazônia durante a COP30, essas vozes esperam não apenas serem ouvidas, mas incluídas nas decisões que moldarão o futuro do planeta. Como lembra Dona Nena, “nenhuma discussão renderá bons frutos se nem todos forem ouvidos”.

Iniciou-se nesta sexta-feira (6) a quarta edição do TEDxAmazônia, em Belém, capital do Pará e sede da próxima Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP30). O evento é reconhecido como um dos mais importantes fóruns independentes de ideias e inovação dedicado à floresta tropical.

O TEDxAmazônia 2025, realizado no histórico Theatro da Paz, reunirá aproximadamente 700 participantes e mais de 30 palestrantes de diversos países da bacia amazônica. Com o tema “Resgate – um convite para um futuro melhor”, o evento propõe reflexões sobre os caminhos de regeneração para a Amazônia e para o planeta.

Fonte por: CNN Brasil

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