A GPD registrou queda de 29% e diminuição de um terço do seu valor de mercado devido a prejuízos e incertezas
Investidores analisam dados do primeiro trimestre e elegem novos membros para o conselho de administração.

As ações da GPA sofreram forte queda nesta terça-feira (6), perdendo quase um terço do seu valor de mercado, em paralelo à análise do balanço do primeiro trimestre e à eleição de novos membros para o conselho de administração da rede Pão de Açúcar.
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Apesar do destaque positivo do resultado operacional, com expansão de receitas e EBITDA ajustado consolidado, e melhoria nas margens, os analistas ressaltaram o desempenho negativo no último resultado e o fluxo de caixa negativo.
Apesar da melhora contínua na margem EBITDA, a empresa ainda registra prejuízos líquidos e forte consumo de caixa, segundo avaliação de analistas do Citi, que também destacam o elevado nível de endividamento, refletido na relação dívida líquida/EBITDA, próxima de três vezes.
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Às 14h35, as ações da GPA apresentavam queda de 24%, a R$2,89, na quarta desvalorização consecutiva, após atingir máxima diária desde janeiro de 2024 no último dia 29 de abril.
A ação ainda demonstra uma valorização estimada de 13,7% até 2025, mesmo com o recente ajuste negativo.
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A ação atingiu, até o momento, R$ 2,70, com uma queda de 29,1%, correspondente a uma perda de R$ 544 milhões em valor de mercado.
No período de janeiro a março, a GPA registrou um prejuízo líquido de R$ 93 milhões nas operações contínuas, em comparação com uma perda de R$ 407 milhões no ano anterior. O Ebitda ajustado consolidado alcançou R$ 409 milhões, representando um aumento de 9,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, com a margem nessa linha evoluindo de 8,1% para 8,6%.
A receita líquida subiu 4,6%, atingindo aproximadamente R$5,1 bilhões, e a receita líquida aumentou 3,9%, totalizando quase R$4,8 bilhões. As vendas nas lojas do mesmo conceito, sem considerar o efeito de calendário, apresentaram um crescimento de 7,3%.
Adicionalmente, o fluxo de caixa livre operacional ajustado apresentou um resultado negativo de R$ 817 milhões, superior ao resultado negativo de R$ 753 milhões registrado no mesmo período de 2024.
A relação entre dívida líquida e EBITDA ajustado consolidado pré-IFRS 16 nos últimos 12 meses ficou em 2,8 vezes, superior às 3 vezes observadas no período anterior.
Em dezembro de 2024, esse número atingia 1,6 vezes.
forma clara
Analistas do Bank of America apontaram que um cenário competitivo positivo e uma execução eficiente estão produzindo ganhos operacionais consistentes.
Entretanto, dívidas elevadas e incertezas representam desafios significativos, conforme apontado em relatório, reforçando a recomendação de “underperform” para os ativos.
Além disso, indicaram que os esforços para substituir o conselho do GPA não tiveram sucesso e consideram que a nomeação de novos membros pode gerar desarmonia.
A reunião dos acionistas da empresa também designou na véspera novos diretores indicados por Nelson Tanure, Sebastián Dario Los e Rafael Ferri.
A Tanure, que possui aproximadamente 7% das ações do GPA, propôs, no final de março, a destituição do conselho atual do GPA e a eleição de novos membros, com três representantes indicados pelo próprio empresário.
Entretanto, com o apoio das candidaturas de Rafael Ferri e da família Coelho Diniz, proprietária da rede de supermercados de mesmo nome, o panorama se alterou e os votos se dispersaram, tornando menos provável a eleição de todos os seus postulantes.
A ata da assembleia divulgada pelo GPA confirmou a exclusão das candidaturas de Pedro de Moraes Borba e Rodrigo Tostes Solon de Pontes, ambas relacionadas ao fundo de investimento Saint German, controlado por Tanure, e a eleição de Sebastião Dario Los, também indicado pelo fundo.
Tanure afirmou ter um plano ambicioso para o GPA, porém, com a falta de continuidade da chapa, optou por não prosseguir com esse projeto, pois não mais acreditava nele.
Tanure afirmou que houve uma disputa por ações que não se alinhavam com o planejamento de longo prazo.
Além da entrevista à Reuters, Ferri, cujos grupos elegeram dois membros no conselho, afirmou ter chegado com uma postura “construtiva”.
Ele pretende aumentar a divulgação do trabalho realizado na rede, que muitos desconhecem, e está aberto a debater propostas que beneficiem o grupo.
Entretanto, no final da segunda-feira, o GPA informou que Ferri diminuiu sua participação na companhia para 2,73%, incluindo derivativos.
Em 16 de abril, sua participação atingiu 5,86%. Ferri comunicou à empresa que seu objetivo com a alteração na fatia é estritamente de investimento.
Em teleconferência com analistas na terça-feira, o presidente-executivo do GPA, Marcelo Pimentel, afirmou que a empresa espera que o novo conselho de administração auxilie na manutenção da recuperação dos resultados.
Teremos a chance de considerar novas perspectivas e adições para agilizar o processo, declarou.
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Fonte: CNN Brasil