A incerteza no comércio pode frear o crescimento da economia brasileira, alerta a OCDE

A OCDE projeta um crescimento de 1,6% para 2026, inferior aos 3,4% registrados em 2024.

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(Imagem de reprodução da internet).

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) publicou seu relatório semestral nesta terça-feira (3.jun.2025). No documento, a organização internacional estima uma desaceleração na economia do Brasil para 2025 e 2026, motivada pela incerteza global relacionada às tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano).

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O Produto Interno Bruto do Brasil deverá alcançar 2,1% em 2025 e 1,6% em 2026. As projeções estão abaixo dos 3,4% de 2024. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) avalia que o investimento privado deverá ser mais restritivo no país, o que impactará negativamente o consumo interno.

A economia de 38 países projeta que a inflação brasileira alcance 5,7% em 2025 e 5% em 2026. Se confirmado, os índices de preços não atenderão à meta do Banco Central.

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A inflação permanecerá controlada pela “política monetária restritiva” do Banco Central, que elevou a taxa de juros do Brasil a 14,75% ao ano em 7 de maio. Segundo o relatório, a medida “enfraqueceu” a demanda interna já no final de 2024, o que levou à queda no consumo das famílias e “minou” a confiança de empresas e consumidores na economia brasileira, mesmo com um “robusto crescimento do PIB”.

A OCDE considera, contudo, que o Brasil não será tão afetado pela política dos Estados Unidos, mas pela desaceleração na demanda da China e Europa por produtos brasileiros.

A exposição direta do Brasil às tarifas americanas é limitada, com as exportações de bens para os Estados Unidos representando cerca de 10% do total exportado e 1,5% do PIB. Contudo, os efeitos indiretos da demanda global mais fraca, notadamente na Europa e na China, podem impactar as exportações de commodities.

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A publicação da OCDE, intitulada “Enfrentando a Incerteza, Reavivando o Crescimento”, estima resultados negativos para o desenvolvimento global da economia. Trump é imprevisível quanto às tarifas, visto que ameaçou e retrocedeu diversas vezes na aplicação das taxas.

A organização declara que a incerteza em relação às ações dos EUA impacta a confiança de empresas e consumidores no comércio de todos os países. Para todos os países, a OCDE indica que reformas para diminuir barreiras comerciais e aprimorar o investimento são cruciais para alterar a visão pessimista sobre o crescimento global.

No Brasil, a organização sugere reformas para diminuir os encargos regulatórios, que dificultam a competição e a entrada de novas empresas no país. O relatório também aponta a redução de despesas obrigatórias como prioridade.

A reforma das regras de gastos automáticos, em especial as referentes à educação e à saúde, possibilitaria maior flexibilidade para lidar com desafios prioritários e o ajuste da fórmula de indexação para pensões públicas e benefícios sociais diminuiria o impacto desses benefícios sobre as finanças públicas, conforme declarado na nota da OCDE sobre a economia brasileira.

Fonte por: Poder 360

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