Acordo UE-Mercosul é uma resposta a Trump, afirma Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, neste sábado (7.jun.2025), que a finalização do acordo de livre comércio entre a UE (União Europeia) e o Mercosul representaria uma reação às políticas protecionistas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano).

Em entrevista a jornalistas em Paris, Lula afirmou que o Brasil e a França são “melhores amigos” e encontram-se nas condições de ajustar os detalhes finais do acordo firmado há 25 anos. Declarou ter solicitado ao presidente francês Emmanuel Macron (Renascimento, centro) “abrir o coração para o Brasil”.

“Macron, abra seu coração para o Brasil e vamos assinar este acordo da União Europeia com o Mercosul”, afirmou Lula. “Seria o acordo mais excepcional já feito neste começo de século e seria uma resposta de multilateralismo ao Trump”, declarou.

O presidente já afirmou que não tem a intenção de deixar a presidência do bloco sul-americano até que as negociações sejam finalizadas e o acordo esteja concluído em seis meses.

Acompanhe a íntegra da entrevista com Lula com jornalistas (1h5min10s).

O Acordo UE-Mercosul é um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercado Comum do Sul, que visa estabelecer uma relação comercial mais estreita entre as duas regiões.

O acordo União Europeia-Mercosul visa eliminar as tarifas comerciais entre os países dos dois blocos. Se formalizado, a União Europeia zerará as tarifas que incidem sobre 92% das importações do bloco sul-americano em até 10 anos. O Mercosul, por sua vez, extinguirá 72% das tarifas que incidem sobre produtos comprados do bloco europeu no mesmo período.

A França é um dos países europeus que mais sofre pressões em relação ao acordo. Agricultores franceses afirmam que a assinatura o inviabilizará, comprometendo sua competitividade no continente europeu, visto que o setor não possui condições de competir com as importações sul-americanas.

Em novembro de 2024, associações de agricultores franceses promoveram uma série de manifestações contrárias à ratificação do acordo de livre comércio.

Lula é afastado da presidência.

O presidente desembarcou em Paris na quarta-feira (4 de junho) e permanecerá no país até segunda-feira (9 de junho). Sua passagem pela França inclui uma visita à Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), em Lyon, para abordar o combate ao crime organizado.

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Fonte por: Poder 360