Análise: Trump perde apoio entre eleitores indecisos; compreenda

Esses eleitores constituem um grupo relevante nos Estados Unidos, podendo influenciar o desfecho de eleições.

29/06/2025 4h16

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(Imagem de reprodução da internet).

Será necessário aguardar para verificar com precisão o que o ataque dos Estados Unidos a instalações nucleares do Irã realizou e em que medida isso afetou as aspirações do país.

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A Casa Branca e o Pentágono promoveram, por sua vez, uma ação coordenada para persuadir os cidadãos americanos de que a operação foi bem-sucedida e essencial.

O chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Dan Caine, detalhou em uma entrevista coletiva no Pentágono os anos de planejamento que levaram à prontidão para o ataque e sua execução.

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Informações como as fornecidas por Caine podem influenciar a opinião pública e levar o apoio dos americanos aos ataques. Contudo, a avaliação inicial da percepção do público sobre a operação provavelmente não corresponde ao que o governo esperava.

Uma pesquisa da CNN, publicada na semana passada, indicou que 56% das pessoas entrevistadas consideraram os ataques como algo negativo.

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As conclusões da pesquisa da CNN seguem padrões ideológicos previsíveis. Democratas quase sempre desaprovam as ações do governo Trump, e republicanos quase sempre as aprovam.

A reportagem apontou que a maioria dos eleitores indecisos (60%) e democratas (88%) manifestou desaprovação em relação à realização de uma operação militar no Irã.

Já os republicanos aprovam amplamente (82%), mas apenas 44% deles aprovam fortemente os ataques aéreos — um número bem menor do que o grupo de democratas que desaprova fortemente (60%), talvez refletindo a desconfiança generalizada de alguns na coalizão de Trump em relação à ação militar no exterior.

É uma regra da política dos Estados Unidos que os eleitores independentes são frequentemente aqueles que, à medida que suas opiniões se modificam, podem influenciar o poder no país.

E em uma série de questões, eles se voltam contra Trump.

Aaron Blake, da CNN, analisou na semana passada várias pesquisas sobre o amplo projeto de lei de política interna de Trump, que está sendo avaliado pelo Congresso americano.

Blake escreveu que “os independentes se opuseram ao projeto de lei por uma margem de cerca de 3 para 1”. As pesquisas da KFF e da Fox News, que apresentaram o menor número de indecisos, indicaram que 7 em cada 10 independentes se opuseram a ele.

Sobre deportações e política imigratória, o editor de pesquisas da CNN, Ariel Edwards-Levy, escreveu em abril: “mais da metade dos independentes agora dizem não ter confiança real nele para lidar com o assunto, com 56% dizendo que ele foi longe demais com as deportações”.

Trump, até o momento, não conseguiu convencer os americanos de que os eleitores independentes os apoiem de forma esmagadora.

A questão é que não se pode perder mais de 20 pontos para os independentes e sobreviver na política americana.

Ainda, é difícil acompanhar os independentes devido a diversos fatores. Diferentemente dos republicanos e democratas, eles não atuam como um bloco eleitoral coeso, conforme apontam Edwards-Levy e Jennifer Agiesta, da CNN, em suas análises de há alguns anos.

“Muitos independentes são, de fato, partidários e certamente não são moderados, fato”, me disse Edwards-Levy.

O que os independentes compartilham?

Edwards-Levy ressaltou que eles apresentam menor vínculo com lealdades partidárias específicas e menor propensão ao envolvimento íntimo com a política, o que torna suas opiniões potencialmente mais flexíveis do que as de apoiadores mais engajados.

Uma pesquisa recente do Washington Post indicou que apenas 18% dos democratas e 25% dos republicanos relataram ter conhecimento sobre a proposta controversa de estender os cortes de impostos da primeira presidência de Trump, que também envolvia a criação de novos cortes e a redução de gastos, incluindo o Medicaid.

Trinta e quatro por cento dos entrevistados que se declararam independentes não tinham conhecimento sobre a principal prioridade legislativa do presidente.

Fonte por: CNN Brasil

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