Banco Bradesco registra bom resultado no primeiro trimestre e valorização da ação avança 15%

A instituição financeira obteve um lucro de R$ 5,86 bilhões no período.

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(Imagem de reprodução da internet).

O Bradesco satisfez expectativas de analistas com o desempenho do primeiro trimestre, com lucro de R$ 5,86 bilhões, que superou projeções do mercado, juntamente com o índice de rentabilidade ROAE de 14,4%, o que impulsionou a valorização das ações em 15%.

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“Os dias do banco acabaram?”, escreveu a equipe do Citi no título do relatório sobre os números, ainda na véspera, poucas horas após a divulgação do balanço, que considerou positivo.

Em contrapartida aos trimestres anteriores, este pode ser o primeiro trimestre em que a tendência de receita orgânica indica uma melhora estrutural, sem avanços significativos em nenhuma das áreas restantes.

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Os analistas do Citi avaliaram que o Bradesco ainda enfrenta dificuldades, visto que as receitas e despesas não relacionadas a juros devem continuar afetando os resultados.

Reconhecemos que os esforços do banco estão começando a apresentar resultados com um perfil de risco mais equilibrado.

“Em linhas gerais, uma leitura favorável contribui para a recuperação e credibilidade do Bradesco”, acrescentaram.

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Por volta das 10h35, as preferenciais do banco subiam 13,5%, atingindo R$ 14,8, destacando-se entre os melhores desempenhos do Ibovespa, que avançava quase 2%. O valor máximo das PNs chegou a R$14,99 (+14,95%).

As ações ordinárias subiram 13%.

Desde que assumiu a presidência executiva do Bradesco em 2023, Marcelo Noronha tem liderado um “plano de transformação” no banco, com o objetivo de entregar um grupo mais competitivo, seguindo um ritmo gradual.

Noronha afirmou, em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira (08), que o banco está mais otimista em relação ao resultado que pode entregar este ano, apesar dos desafios no horizonte, incluindo o nível de taxa de juros.

Em linhas gerais, o balanço do primeiro trimestre representa um início positivo em relação à projeção para o ano fiscal, com aparente continuidade, afirmaram os analistas do Itaú BBA, liderados por Pedro Leduc.

O interesse de analistas tem se concentrado na evolução do retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), que apresenta recuperação progressiva desde o ano anterior, após atingir 6,9% no quarto trimestre de 2023.

Diante da avaliação de que o ROAE se mantém distante do potencial e abaixo do custo de capital próprio (CoE), analistas identificam também tendências positivas, incluindo a qualidade dos ativos sob gestão e a evolução dos níveis de capital.

No primeiro trimestre, o capital nível 1 atingiu 13%, com aumento de 0,6 ponto percentual em comparação com dezembro de 2024, e o índice de capital principal subiu de 10,5% para 11,1% nesse período.

A equipe de analistas JPMorgan também apontou positivamente o aumento da margem financeira (+13,7% em relação ao ano anterior), além do forte crescimento do crédito (+12,9%) e da redução das despesas gerais e administrativas abaixo das projeções (+3,7%).

“Tendências melhores em geral”, afirmaram Yuri Fernandes e equipe em relatório, chamando a atenção para dados de captação, principalmente na linha de recursos de clientes, que recuou 1,3% na base trimestral e subiu “apenas” 3,9% ano a ano.

Os analistas do JPMorgan observaram que o dado ficou significativamente abaixo do crescimento do crédito e desejam compreender o declínio nos depósitos, que atingiu 25,5% em relação ao quarto trimestre do ano anterior e 18,9% em 12 meses.

Noronha esclareceu aos jornalistas que tal atitude correspondeu à transferência de ativos para contas com remuneração.

Isso é transferido lá, porque é mais vantajoso para o cliente, mais vantajoso para o banco.

Apesar dos resultados do primeiro trimestre superarem as expectativas dos analistas, o Bradesco manteve suas projeções para 2025, indicando que o aumento das receitas será o principal fator de melhora da rentabilidade naquele ano.

Noronha afirmou que o desempenho do crédito do banco deverá se aproximar da “linha superior” das projeções para 2025.

O Bradesco projetou, em sua divulgação recente, um crescimento de 4% a 8% na carteira de crédito expandida. No primeiro trimestre, essa carteira apresentou um aumento de 12,9%.

Os analistas do BTG Pactual preveem que o banco se aproximará do limite superior de suas projeções, já esperando uma reação positiva das ações nesta sessão, sobretudo após o desempenho recente fraco.

Na véspera, as ações preferenciais do banco registraram queda de 1,5%, marcando o quarto pregão consecutivo negativo e acumulando declínio de 4,9%.

O Banco Itaú, que divulgará seu balanço referente ao primeiro trimestre após o fechamento nesta quinta-feira (08), encerrou a quarta-feira com alta de 1,1% nos PNIs, acumulando perda de 1,5% nas últimas quatro sessões.

A equipe do BTG Pactual destacou que o Bradesco está em um processo de transformação notável, e, considerando o porte e a complexidade da instituição financeira, é esperado que esta seja uma mudança gradual e de longa duração.

Assim, chegar a conclusões sólidas com base em apenas um trimestre pode ser impreciso – algo que observamos ocorrer diversas vezes nos últimos anos, conforme ponderaram Eduardo Rosman e sua equipe, reforçando a recomendação neutra para as decisões.

JPMorgan e Citi continuaram com suas avaliações neutras e de alto risco para os títulos.

O Bradesco confirmou a renovação de seu programa de recompra de ações, com prazo de 18 meses e objetivo de adquirir até 106.584.881 papéis.

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Fonte: CNN Brasil

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