Brigadeiro com plástico: ANVISA emite alerta para consumidor

Brigadeiro com glitter de plástico causa alerta da ANVISA: riscos à saúde e como evitar produtos perigosos.

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(Imagem de reprodução da internet).

Brigadeiro com Glitter de Plástico Gera Alerta da ANVISA

O brigadeiro, um clássico da mesa brasileira, enfrenta um novo risco sanitário. A popularidade desse doce, presente em celebrações e memórias afetivas, foi colocada em xeque por um caso envolvendo o uso de glitters com partículas de plástico. A situação, que ganhou destaque nas redes sociais, levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a emitir um alerta nacional.

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Em outubro de 2025, um vídeo viralizado pelo criador de conteúdo Dario Centurione revelou que glitters comercializados como “comestíveis” continham, na verdade, plástico. O material, polipropileno (PP) micronizado, é amplamente utilizado em embalagens e objetos, sendo inadequado para consumo humano.

A repercussão imediata levou a ANVISA a tomar medidas.

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A ANVISA confirmou que glitters à base de polipropileno não são comestíveis e não devem entrar em contato direto com alimentos. O órgão reforçou que o uso desses produtos em confeitaria representa risco à saúde, especialmente se ingeridos. A agência determinou que consumidores denunciem estabelecimentos que ofereçam glitters plásticos como produtos alimentares.

A ANVISA esclareceu que apenas aditivos aprovados podem compor produtos comestíveis, incluindo corantes, açúcares e pigmentos autorizados. O PP e outros plásticos são permitidos em objetos decorativos não comestíveis, como toppers e fitilhos. Mesmo nesses casos, o uso exige controle rigoroso, com testes de migração química para garantir que nenhuma substância tóxica se desprenda e contamine o alimento.

A ingestão de partículas plásticas pode causar irritação gastrointestinal, reação inflamatória e, em casos prolongados, contribuir para o acúmulo de microplásticos no organismo. Pesquisas internacionais demonstram que esses fragmentos podem atravessar barreiras biológicas, chegando à corrente sanguínea e até a tecidos humanos.

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Além dos riscos diretos, a confusão no ponto de venda, com produtos comestíveis e decorativos lado a lado, contribui para o uso incorreto de glitters.

Para identificar o produto comestível, o consumidor deve verificar o rótulo, buscando descrições como “corante para fins alimentícios” ou “açúcar para confeitar”. Se o rótulo mencionar siglas como PP, PET ou PVC, o item não é comestível. É importante observar a lista de ingredientes completa, que deve conter apenas substâncias alimentares reconhecidas.

Produtos vendidos a granel, sem rótulo, também oferecem risco.

Se o consumidor identificar produtos irregulares à venda, especialmente glitters ou pós decorativos com indicação de plástico, deve denunciar imediatamente à Vigilância Sanitária municipal. O canal de denúncias está disponível no portal da ANVISA, fornecendo nome e marca do produto, CNPJ do fabricante ou distribuidor, lote, validade e foto do rótulo.

O caso expôs um desafio crescente na era das redes sociais: a influência de tendências estéticas na alimentação. Bolos e doces cada vez mais brilhantes e coloridos conquistam curtidas, mas podem esconder ingredientes inadequados. A beleza do doce não pode custar a segurança de quem o consome.

Antes de comprar qualquer ingrediente, é essencial buscar informações sobre procedência e certificação.

Em tempos que a estética digital influencia até o que comemos, o caso do glitter de plástico lembra que segurança alimentar deve brilhar mais do que qualquer decoração. No entanto, vale dizer que esse alerta da ANVISA não é uma condenação ao uso de cores ou brilhos na confeitaria, mas sim um chamado à responsabilidade sanitária e à transparência.

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