Carro híbrido realiza transição para recarregar no poste: quais os riscos?

A BYD King foi vista recarregando em ponto público no Rio de Janeiro; a empresa emite alerta sobre riscos.

14/06/2025 5h35

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(Imagem de reprodução da internet).

Um incidente incomum com a recarga de um automóvel híbrido se tornou viral nas redes sociais. Um indivíduo foi visto conectando seu BYD King a um poste de iluminação público no bairro Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A situação provocou controvérsia e avisos de especialistas sobre os perigos da prática.

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No vídeo divulgado, é possível observar o veículo estacionado na via pública com um cabo de recarga improvisado conectado diretamente à base do poste, configurando o chamado “gato” de energia. Trata-se de uma ligação clandestina à rede elétrica, sem autorização. Contudo, além do evidente descumprimento, existe algum risco para o automóvel?

O modelo é um sedan médio híbrido plug-in (PHEV), oferecido em duas versões, GL e GS. Em ambas, há um motor 1.5 aspirado combinado com um elétrico de 179 cv ou 197 cv. Assim, a potência total é de 209 cv no GL e 235 cv no GS. Existe diferença na bateria. A versão de entrada possui uma unidade de 8,3 kWh, enquanto a topo de linha possui uma de 18,3 kWh.

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A BYD informa que o King alcança até 16,8 km/l em ambiente urbano (motor a combustão) e a equivalência de 44,2 km/l em modo elétrico, além de uma autonomia combinada de 1.175 km. Em um Wallbox, o tempo de recarga pode ser de 2,5 horas, enquanto em uma tomada de 220V pode levar mais de oito horas.

E nesse caso do gato, como fica? A CNN questionou a BYD sobre os riscos dessa prática. A marca chinesa, obviamente, condenou o uso de ligações clandestinas. “Além de ilegais, são extremamente perigosas. Podem causar acidentes graves e trazer sérios riscos aos bens públicos e privados”, declarou em nota.

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A visão é compartilhada com Clemente Gauer, diretor e membro do Conselho da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). “Quando se improvisa uma tomada para uma estação de recarga de um carro elétrico, a vulnerabilidade não reside dentro do veículo, mas nos cabos e conexões que compõem a gambiarra. Cabos subdimensionados, bornes frouxos ou adaptadores de viagem não suportam 12-16 A continuamente por horas: podem sobreaquecer, gerar arco elétrico e, em casos raros e extremos, provocar incêndio. Se o dano atingir o veículo, a montadora dificilmente cobrirá a reparação.”

Gauer também questiona se realmente ocorreu o carregamento do veículo ou se se tratou de uma simulação. Isso porque carros elétricos requerem uma instalação com aterramento para iniciar o processo de recarga.

Sem visualizar o circuito completo, é inviável determinar se houve carga efetiva ou simulação para os cliques. Contudo, é possível que tenham empregado duas fases de uma rede 220/380 V e um terra, gerando uma tensão típica. Independentemente do recurso utilizado, o risco real reside na improvisação: cabos expostos sob a chuva, sem dispositivos de segurança elétrica, sem a bitola adequada, prontos para falhar no momento mais crítico. Não vale a pena correr esse risco, adverte.

A BYD afirma que este caso se refere a um consumo excessivo de energia e à violação das normas técnicas NBR 5410 e NBR 17019, que regulamentam os procedimentos de recarga de veículos elétricos.

O carregador — seja ele portátil, wallbox ou DC — deve ser utilizado em uma infraestrutura elétrica dedicada e com as proteções exigidas pela ABNT. A BYD orienta seus clientes a seguir as normas técnicas para a instalação e utilização dos carregadores — tanto domésticos quanto públicos.

Conforme o artigo 155 do Código Penal Brasileiro, a subtração de energia elétrica por meio de ligação clandestina constitui crime de furto, com pena de reclusão de um a quatro anos, além de multa. Ademais, essa prática ilegal pode provocar curtos-circuitos, sobrecarga elétrica e incêndios.

BYD lança o Dolphin Mini e o Song Pro como seus primeiros modelos de carro fabricados no Brasil.

Fonte por: CNN Brasil

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