Ceratoplastia pigmentar: compreenda os riscos da cirurgia para alterar a cor dos olhos
O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) não recomenda o procedimento para fins estéticos.

Andressa Urach, 37, e Maya Massafera, 44, atraíram a atenção ao submeterem-se a uma cirurgia para alterar a cor dos olhos. O procedimento foi realizado no exterior por ambas.
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A ceratoplastia pigmentar, a cirurgia é proibida em olhos saudáveis e pode acarretar consequências a longo prazo, além de danos irreversíveis. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) esclarecem que a técnica tem alto risco e só deve ser utilizada em casos específicos, como pacientes com cegueira ou visão extremamente baixa, com manchas na córnea.
A ceratopigmentação é um procedimento que consiste na inserção de micropigmentos nas camadas internas da córnea para modificar sua coloração. A técnica é realizada em duas fases: na primeira, um laser é aplicado na superfície da córnea por dez segundos, com o objetivo de criar uma nova íris artificial. Posteriormente, inicia-se a etapa de coloração.
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A ceratopigmentação é recomendada para disfarçar leucomas (cicatrizes brancas na córnea), cobrir imperfeições congênitas (que existem desde o nascimento) da íris e disfarçar olho branco resultante da perda de visão por trauma, conforme o oftalmologista Leão Cícero Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier.
O procedimento não é recomendado para fins estéticos pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, no Brasil, nem pela Academia Americana de Oftalmologia, nos Estados Unidos.
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A técnica, na visão da oftalmologista Wanessa Carneiro, especialista em cirurgia refrativa, apresenta riscos como perfurações, infecções no interior do olho, elevação da pressão intraocular, desenvolvimento de glaucoma, inflamações crônicas, catarata, dificuldades em mapeamentos de retina e limitações em cirurgias subsequentes, como transplante de córnea ou catarata.
A ceratoplastia pode parecer algo simples, porém altera estruturalmente a córnea, abrindo caminho para perfurações, infecções intraoculares e até cegueira definitiva. Muitas pessoas com visão perfeita terminam com dor constante, ardência, sensibilidade à luz e lacrimejamento persistente, alerta Carneiro.
Ademais, outros riscos incluem a irregularidade na cor dos olhos e a fotofobia, ou sensibilidade à luz, decorrente da intervenção na córnea.
A cor dos olhos influencia a visão? Compreenda se existe relação.
Fonte por: CNN Brasil