Clubes do Mundial enfrentam riscos climáticos devido a inundações, queimadas e calor, aponta estudo

Inundações, queimadas, ondas de calor e tempestades representam riscos climáticos graves para as próximas décadas, conforme estudo da consultoria ERM. Equipes e jogadores de futebol, inclusive as 29 que participarão do Mundial de Clubes da Fifa, estarão expostos a esses eventos extremos.

11/06/2025 12h29

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(Imagem de reprodução da internet).

Inundações, queimadas, ondas de calor e tempestades. Além disso, times e jogadores de futebol estão expostos a riscos climáticos severos nas próximas décadas, de acordo com estudo da consultoria ERM. Os eventos extremos devem impactar até as equipes mais renomadas do mundo, incluindo 29 das 32 que participarão do Mundial de Clubes da Fifa, que começa neste sábado, nos Estados Unidos.

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A lista de 29 clubes ameaçados por questões climáticas inclui os quatro brasileiros que disputarão a partir do fim de semana, nos Estados Unidos: Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo.

O estudo, de 27 páginas, analisou os riscos para os clubes em cinco cenários extremos: inundações, queimadas e fumaça, ondas de calor, secas e tempestades. Essas situações provocarão impactos diretos nas equipes, como interrupções de jogos, danos à infraestrutura, perdas financeiras e riscos à saúde e desempenho de atletas e público.

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Em geral, o estudo indica que 91% (29 de 32) dos clubes apresentam risco de sofrer pelo menos um impacto climático severo nos próximos 25 anos. “Contudo, todos os 32 clubes realizam seus jogos como mandante em cidades com pelo menos um tipo de risco em nível significativo, principalmente inundações e queimadas”, afirma o relatório.

A principal ameaça, conforme a pesquisa, é o risco de incêndios e fumaça, com 94% dos clubes em risco elevado, sendo 72% classificados em nível “crítico”, o mais grave de todos na classificação que ainda tem risco “mínimo”, “moderado” e “significativo”, de acordo com os parâmetros do estudo. Neste quesito, o Palmeiras corre risco “crítico”, enquanto Botafogo, Fluminense e Botafogo aparecem na categoria “significativo”.

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Seguem-se os riscos de inundações (fluviais, urbanas e costeiras) e tempestades. Metade dos clubes do Mundial corre risco de enfrentar impactos considerados severos de ambos os tipos de evento. Quanto às enchentes, a lista de times em risco abrange desde os clubes do Rio até o Paris Saint-Germain (França), Red Bull Salzburg (Áustria), Ulsan Hyundai (Coreia do Sul) e Urawa Red Diamonds (Japão).

Entre os clubes nacionais, a situação se inverte em relação aos incêndios. Os três times cariocas apresentam risco considerado “crítico”, enquanto a equipe paulista aparece como “significativo”.

O caso mais notório desta categoria foi a disputa do Campeonato Rei, envolvendo Botafogo e Flamengo. A partida teve que ser interrompida devido ao alagamento do gramado do Estádio Mangueira, em Belém. Considerados clubes fora da esfera mundial, o Internacional registrou prejuízos estruturais e financeiros decorrentes das inundações no Rio Grande do Sul, durante os meses de abril e maio do ano anterior.

Em relação às ondas de calor, os três clubes cariocas apresentam risco significativo e o Palmeiras, risco moderado. No geral, 65% dos clubes estão sob risco crítico ou significativo. Entre os mais ameaçados estão Al Hilal (Arábia Saudita), Urawa Red Diamonds, Al Ain (Emirados Árabes) e Monterrey.

O estudo indica que 44% (14 de 32) dos clubes correm risco de sofrer impactos graves por causa de secas. As quatro equipes nacionais se encontram na categoria “moderado”. Os riscos de ocorrência de tempestades estão no nível “significativo” para todas as quatro equipes brasileiras do Mundial de Clubes.

O técnico René Simões, técnico e integrante do Terra FC, campanha que usa o futebol para divulgar a causa do combate às mudanças climáticas, afirma que os clubes já estão sofrendo com eventos climáticos extremos e a tendência é de piora. É preciso que o esporte reaja, não apenas para proteger estádios e calendários, mas também com as comunidades que fazem o futebol existir.

O Terra FC tem o apoio de vários jogadores e ex-jogadores de futebol, incluindo Zico, Dênílson, Jorginho, Athirson e Washington, além de Zico. Os clubes também estão demonstrando apoio no Brasil e no exterior, como Atlético-MG, Botafogo, FC Porto, Flamengo, Fluminense, Paysandu, Betis, Remo, São Paulo, Vasco, Volta Redonda, Wolfsburg, Wolverhampton e Wydad Casablanca.

Para René Simões, 2025 pode ser um momento crucial na campanha, devido à COP30, a ser realizada em Belém, em novembro. “Ainda dá tempo de mudar o cenário. Com a proximidade da COP30, o futebol pode assumir a liderança desse movimento. É o que o Terra FC busca: unir clubes, torcedores e lideranças para proteger o esporte que amamos e o planeta onde jogamos”, declara o treinador sobre a campanha, convocada pelas ONGs Onda Solidária e britânica Count Us In.

Estadão Conteúdo

Fonte por: Tribuna do Norte

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