Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina, foi condenada à prisão

Ex-senadora governou o país em duas ocasiões e já foi alvo de atentado cometido por um cidadão brasileiro.

10/06/2025 17h43

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Ex-presidente argentina Cristina Kirchner no Congresso Nacional da Argentina em Buenos Aires 01/03/2021 Natacha Pisarenko/Pool via REUTERS

Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina, teve sua sentença confirmada, resultando em seis anos de prisão.

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Não se admite recurso contra a decisão da Suprema Corte do país. Contudo, a defesa pode solicitar prisão domiciliar em razão de ter mais de 70 anos.

Apresentamos abaixo informações detalhadas sobre a vida pessoal e política de Cristina Kirchner.

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Cristina Fernández Kirchner nasceu em Rosario, Argentina, em 25 de outubro de 1957. Sua mãe, Estela Taubin Kirschner, era advogada, e seu pai, Mario Fernández Kirschner, era engenheiro. Cristina estudou Direito na Universidade de Buenos Aires, onde se graduou em 1980. Durante seus estudos, tornou-se ativista política, participando

Cristina Fernández de Kirchner nasceu em 19 de fevereiro de 1953, na cidade de La Plata, capital da província de Buenos Aires.

Cursou Direito na Universidade Nacional de La Plata, onde iniciou o engajamento político no movimento Joventude Universitária Peronista.

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O peronismo emergiu em torno do ex-presidente Juan Domingo Perón, fundamentando-se, conforme seus próprios discursos, na justiça social, na soberania política e na independência econômica.

Em 1974, Cristina conheceu Néstor Kirchner, com quem se casou em 1975. Eles tiveram dois filhos, Máximo e Florencia.

Após o golpe de Estado que estabeleceu uma ditadura repressiva na Argentina, em 1976, Cristina e Nestor se transferiram para a província de Santa Cruz, onde exerceram a profissão de advogados.

Após o retorno da democracia em 1983, Cristina e o marido retomaram a filiação ao Partido Justicialista.

Cristina Kirchner iniciou sua trajetória política como deputada provincial por Buenos Aires em 1991, sendo eleita novamente em 1995. Em 1997, foi eleita senadora nacional, representando a província de Santa Cruz. Posteriormente, exerceu o cargo de Ministra da Fazenda na gestão de Néstor Kirchner

Cristina Kirchner foi eleita deputada da província de Santa Cruz em 1989, obtendo reeleição em 1993 e 1995.

Em 1994, Cristina participou da Convenção Constitucional que reformou a Constituição Argentina.

Em 1995, assumiu o mandato de senadora. Em 1997, renunciou à senadoria para disputar a eleição como deputada federal.

Em 2001, ela foi reeleita senadora, sempre na mesma província.

Como parlamentar, Cristina foi reconhecida pela defesa dos direitos humanos e por políticas de redução das desigualdades.

Em 2003, Néstor foi eleito presidente da Argentina, e Cristina se tornou a primeira-dama do país.

Quando o marido exercia o governo, ela optou por retornar ao Senado em 2005, representando a província de Buenos Aires.

Ao término do seu mandato como presidente, Néstor renunciou à possibilidade de uma nova candidatura, permitindo que sua esposa viesse a público como concorrente.

O primeiro mandato de Cristina Kirchner como presidente foi marcado por políticas sociais e econômicas que visavam reduzir a desigualdade e fortalecer o papel do Estado na economia.

Cristina Kirchner foi eleita presidente da Argentina em 2007 pelo Partido Frente para la Victoria, obtendo 45,29% dos votos. Seu marido exerceu influência na Presidência, principalmente na área econômica.

A administração de Cristina implementou o Auxílio-Criança Universal, a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual e o casamento igualitário, entre outras ações.

Além de reestatizar a Aerolíneas Argentinas, uma companhia aérea histórica estatal que havia sido privatizada na década anterior, nacionalizou fundos de aposentadoria privados, incorporando-os à Administração Nacional da Seguridade Social (ANSES).

Contudo, Cristina Kirchner lidou com duas crises significativas em seu primeiro mandato: a primeira, em 2008, envolvendo os setores agrícolas, que promoveram uma série de protestos e greves em reação ao aumento das tarifas de exportação.

A segunda foi motivada pela crise financeira internacional que se iniciou naquele ano.

Com Cristina na Presidência, os argentinos intensificaram seus vínculos com o Mercosul. Ela preservou uma relação positiva com o Brasil, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, posteriormente, de Dilma Rousseff (PT).

Morte do marido e segundo mandato de Cristina Kirchner.

A morte de Néstor Kirchner, em 2010, devido a um infarto, impactou o governo argentino e a então presidente.

A maior dor que já senti na minha vida. É a perda de alguém que foi meu companheiro por 35 anos. Um companheiro de vida, de luta, de ideais. Uma parte de mim está em Rio Gallegos, disse Cristina em rede nacional à época.

Em 2011, Cristina Kirchner foi reeleita obtendo 54,11% dos votos, o melhor resultado até então para qualquer candidato desde o restabelecimento da democracia em 1983.

Durante seu segundo mandato, ela enfrentou a estagnação da economia, sem conseguir ultrapassar o nível do ano de 2011.

Isto, aliado aos impactos da crise global de 2008, afetou a habilidade do governo em realocar recursos.

Uma das principais consequências foi o elevado déficit nas contas públicas, motivado por despesas elevadas com assistência social e financiado por nacionalizações e subsídios à energia, em parte sustentado pela emissão de moeda.

Nos últimos anos, a inflação e a pobreza têm aumentado e permanecem como dois dos principais desafios na Argentina.

O segundo mandato de Cristina Kirchner também é lembrado por uma série de protestos, o maior deles ocorrido em 12 de novembro de 2012, devido, entre outros fatores, às restrições à importação e à compra de dólares e à nacionalização da empresa Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF).

Os argentinos também protestavam devido a um conflito com fundos de capital de risco, também conhecidos como fundos abutres, que resultaram em uma inadimplência seletiva e elevaram os obstáculos ao acesso a crédito nos mercados internacionais.

Ao término de seu segundo mandato, em 2015, Cristina lançou Daniel Scioli como candidato, que foi derrotado por Mauricio Macri.

Vice-Presidência e suspeitas de corrupção

Após deixar o cargo na Argentina, Cristina permaneceu na política. Em 2017, foi eleita novamente para o Senado pela província de Buenos Aires.

Ao longo desses anos, ela também passou por diversas investigações judiciais por corrupção, sobretudo o caso das “estradas” e os supostos cadernos de corrupção, acusações que ela contestou.

Em maio de 2019 teve início o primeiro processo oral contra a ex-presidente no caso das estradas.

Em tal ano, Alberto Fernández e Cristina Kirchner promoveram o lançamento de uma candidatura para as eleições presidenciais, unindo diferentes segmentos da esquerda argentina.

Adicionalmente, a então senadora lançou seu livro de memórias, “Atenciosamente”, e sua promoção integrou-se à sua campanha.

A eleição finalizou-se no primeiro turno, com a vitória de Fernández e Cristina, que assumiu a vice-presidência.

O novo governo precisou enfrentar a pandemia de Covid-19 e seu forte impacto na economia argentina, que já enfrentava uma recessão sob a gestão anterior.

O partido Frente de Todos iniciou sinais de tensão e desintegração no final de 2021, com renúncias importantes e mudanças de comando após uma derrota considerável nas eleições legislativas daquele ano.

Tentativa de atentado a Cristina Kirchner

Em 1º de setembro de 2022, Cristina Kirchner foi vítima de um ataque em frente à sua residência em Buenos Aires.

O brasileiro Fernando Sabag Montiel tentou atirar contra a ex-presidente, porém o armamento apresentou defeito e ele foi apreendido após.

Ele agiu isoladamente e pretendia assassinar Kirchner “em razão da situação do país”.

Fonte por: CNN Brasil

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