Descubra como notícias falsas auxiliaram Tuta a se disfarçar na Bolívia e liderar o PCC
A facção propagava a falsidade de que o criminoso estava morto e que fora afastado do grupo.

O criminoso conhecido como “Tuta”, suspeito de ser o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), empregava informações falsas para se ocultar na Bolívia e coordenar o tráfico de drogas da facção a partir do país vizinho.
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O promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), confirmou à CNN que o criminoso e a organização utilizavam “contrainformações” para ludibriar as autoridades.
O promotor, que investiga o PCC há anos, afirma que a facção disseminava a mentira de que Tuta estava morto e que ele fora expulso do PCC.
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Marcos Roberto de Almeida estava foragido há cinco anos e foi preso em flagrante pela Polícia Federal em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, na última sexta-feira (16), quando tentava renovar um documento de identidade brasileiro falso. Após a prisão, foi transferido para o Brasil e alojado na Penitenciária Federal em Brasília, unidade onde também se encontra Marcola.
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Gakiya também explicou as razões pelas quais Tuta escolheu a Bolívia como refúgio. O promotor afirma que as vulnerabilidades do país possibilitam a permanência não apenas de Tuta, mas também de outros líderes da facção na região.
Devido à oportunidade de se ocultar das autoridades brasileiras, frequentemente com a colaboração das autoridades bolivianas, mantinham-se em situação de relativa tranquilidade utilizando documentos falsos.
Ex-líderes do Primeiro Comando de Capital (PCC) encontram-se na Bolívia.
Segundo Gakiya, líderes foragidos e libertados pelo PCC também se encontram escondidos na Bolívia, onde a facção mantém uma espécie de “embaixada do crime”.
A seleção do país para a sede remota se fundamenta na vulnerabilidade à corrupção entre as autoridades locais, que possibilitariam as operações ilegais sem gerar maiores transtornos para os traficantes brasileiros.
Identifique os líderes atuais do PCC que não estão detidos.
O procurador do Gaeco afirmou que Forjado e Chacal encontram-se na Bolívia, porém não há mandados de prisão pendentes, pois já foram libertados do sistema prisional. Já André do Rap e “Mijão” são considerados foragidos.
Conheça o caso da detenção de Tutinha.
Tuta foi detido em Santa Cruz de la Sierra em uma operação conjunta entre a Polícia Federal brasileira e a Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC) boliviana.
A detenção ocorreu quando Tuta tentava atualizar seus documentos na Bolívia com um documento brasileiro falsificado. As autoridades bolivianas identificaram a fraude e notificaram os órgãos brasileiros e a Interpol.
A Interpol identificou que se tratava de alguém com um alerta vermelho. A PF foi acionada pela Interpol sobre a ocorrência para verificar suas bases de dados e informar a polícia boliviana com precisão sobre a identidade do indivíduo.
A utilização da base biométrica da Polícia Federal possibilitou que a polícia boliviana de combate ao tráfico de drogas confirmasse tecnicamente a identidade de um indivíduo, permitindo sua detenção por uso de documentos falsos.
Fonte: CNN Brasil