Dívida americana representa 77,8% das exportações brasileiras

Multas de 50% aplicam-se a 41,4% das transferências financeiras do Brasil para os Estados Unidos; o setor de transformação é o mais afetado.

07/08/2025 0h10

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(Imagem de reprodução da internet).

Uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgada nesta terça-feira (6.ago.2025) aponta que 77,8% das exportações brasileiras para os Estados Unidos estão sujeitas a tarifas adicionais desde abril, em decorrência de decretos assinados pelo presidente Donald Trump (Partido Republicano).

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A partir de 1h01 (horário de Brasília) desta 4ª feira (6.ago), novas tarifas impostas pelos EUA ficaram em vigor. O presidente norte-americano estabeleceu uma alíquota de 50% sobre as importações brasileiras. Trata-se de uma taxa de 10% acrescida de uma cobrança adicional de 40%.

De acordo com a CNI, cerca de 41,4% do volume exportador brasileiro para os Estados Unidos está sujeito à tarifa combinada de 50%. A taxa máxima incide sobre 7.691 produtos distintos, conforme o estudo. Em 2024, as exportações desses produtos atingiram US$ 17,5 bilhões.

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A análise contempla os encargos adicionais decorrentes das diretivas lançadas pelo governo Trump a partir de abril, que estabeleceram percentagens extras de 10%, 40% e até 50%, além das restrições específicas previstas na Seção 232 do Trade Expansion Act.

“Será necessário progredir nas negociações para superar esses obstáculos”, declarou o presidente da CNI, Ricardo Alban.

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Indústria de transformação: setor mais atingido

O setor é responsável por 69,9% das exportações com uma tarifa de 50%, impactando 7.184 produtos. O segmento alcançou um valor total de US$ 12,3 bilhões em 2024.

Os demais setores mais impactados pela taxa máxima de juros são:

Os segmentos de aço, alumínio e cobre, impactados pela Seção 232, representam 9,3% da pauta e também estão sujeitos a tarifa adicional de 50%.

Indústria extrativa

Os produtos não incluídos nas tarifas correspondem a 22,2% da pauta e totalizaram US$ 9,4 bilhões em 2024. Destacam-se o petróleo leve e pesado, além de combustíveis automotivos e óleos industriais não-biodiesel.

A maioria dos produtos que se beneficiaram da isenção de tarifas concentra-se na indústria extrativa, notadamente petróleo leve e pesado, representando 68,9% das exportações livres de tarifa.

Existe ainda uma exceção condicional na aviação civil: 6,9% do volume, correspondente a US$ 2,9 bilhões em 2024, que poderá ser isenta da tarifa de 40% caso se comprove a destinação aeronáutica dos produtos – especialmente aviões de grande porte.

Em 30 de julho, o governo dos EUA anunciou uma lista de 694 produtos isentos de tarifas, notadamente dos setores de aviação, mineração, química, eletrônicos, entre outros. Consulte a lista dos produtos que foram dispensados da tarifação (PDF – 399 kB).

Fonte por: Poder 360

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