Estados Unidos vetaram a declaração do G7 que visava condenar a Rússia em relação à invasão da Ucrânia

Sete membros restantes do grupo concordaram com uma postura inflexível, contudo, o alinhamento unificado exigia análise dos Estados Unidos, que optou por manter sua autonomia de negociação.

18/06/2025 6h43

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(Imagem de reprodução da internet).

Os Estados Unidos se opuseram a uma declaração contundente do G7 sobre a Ucrânia, que visava condenar a Rússia, durante a cúpula do grupo, finalizada nesta terça-feira (17) no Canadá. O conflito na Ucrânia era um dos principais temas da reunião anual do clube das grandes democracias industrializadas (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido e Japão), que ocorreu em Kananaskis, nas Montanhas Rochosas canadenses. “Não haverá declaração separada” sobre a Ucrânia “porque os americanos queriam diluí-la”, explicou um funcionário canadense, em seu último dia de reuniões.

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Os outros seis membros do G7 concordaram com uma “linguagem forte”, mas uma declaração conjunta exigia o aval dos Estados Unidos, que argumentou que queria preservar sua capacidade de negociação, acrescentou essa fonte. “Alguns de nós, incluindo o Canadá, poderiam ter ido mais longe”, destacou em entrevista coletiva o primeiro-ministro canadense, Mark Carney. Ele ressaltou que todos concordaram em seguir pressionando a Rússia, inclusive com sanções financeiras.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi convidado à reunião, mas não teve a oportunidade de conversar com o colega americano, com quem mantém uma relação tensa. Zelensky se reuniu nesta terça-feira com os outros líderes do G7, horas após um ataque que resultou em pelo menos 14 mortos em Kiev, um dos bombardeios mais graves desde a invasão ordenada pelo presidente russo Vladimir Putin, em fevereiro de 2022.

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É importante que nossos soldados sejam fortes no campo de batalha, que permaneçam fortes até que a Rússia esteja pronta para as negociações de paz”, disse Zelensky. “Estamos prontos para as negociações de paz, para um cessar-fogo incondicional. Para isso, precisamos de pressão”. Após essas declarações, Mark Carney, anfitrião da cúpula, anunciou que seu país oferecerá uma nova ajuda militar à Ucrânia de 2 bilhões de dólares canadenses (8,05 bilhões de reais), para drones e veículos blindados. Carney reiterou “a importância de ser solidários com a Ucrânia” e de “exercer máxima pressão” sobre Putin, que tem se negado a se sentar à mesa de negociações.

O presidente francês, Emmanuel Macron, acusou Putin de explorar a tensão internacional entre Irã e Israel para ordenar o ataque a Kiev. “Revela o complexo cinismo do presidente Putin, que utiliza o contexto internacional para intensificar os ataques contra civis”, afirmou Macron aos jornalistas.

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A máquina de guerra de Putin

O Canadá também anunciou um novo empréstimo à Ucrânia de 2,3 bilhões de dólares canadenses (9,2 bilhões de reais) para auxiliar na reconstrução de sua infraestrutura e sistemas públicos, e se uniu ao Reino Unido para intensificar as sanções contra a denominada “frota fantasma” da Rússia, empregada para contornar as restrições internacionais sobre suas exportações de petróleo. “Essas sanções atingem diretamente o cerne da máquina de guerra de Putin, restringindo sua capacidade de prosseguir com sua guerra de barbárie na Ucrânia”, declarou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

Trump, que frequentemente destaca sua relação favorável com Putin, não ocultou seu ceticismo em relação a possíveis novas sanções contra Moscou. “As sanções não são tão simples”, afirmou, ao enfatizar que qualquer nova medida teria um custo “colossal” para os Estados Unidos. “Claramente, com Trump fora [da cúpula], as discussões podem ser um pouco mais flexíveis, mas também têm menos impacto com a nação mais poderosa ausente”, reconheceu um diplomata de um país do G7, sob condição de anonimato.

Acordo equânime.

Diversos líderes presentes na cúpula esperavam conseguir revogar a ofensiva comercial de Trump, que estabeleceu tarifas de no mínimo 10% sobre a maioria dos produtos importados para os Estados Unidos e representava a ameaça de um aumento adicional das taxas. Contudo, os comentários de Trump ao retornar a Washington minaram parte das expectativas. Como de costume, Trump não poupou críticas aos líderes com quem havia se reunido.

Expressou tristeza com a falta de um “acordo justo” por parte dos europeus para amenizar a guerra comercial com os Estados Unidos, considerando que a pausa para a aplicação de tarifas incide em 9 de julho. “Faremos um bom acordo ou eles simplesmente pagarão o que nós determinarmos que paguem”, alertou o presidente americano. Também criticou Macron, um “cara simpático”, mas que “nunca compreende nada”, visivelmente irritado ao ouvir o presidente francês falar em seu nome sobre seus planos para resolver o conflito entre Israel e Irã. A cúpula do próximo ano do Grupo dos Sete será realizada em Evian, um balneário francês conhecido por sua água mineral característica, anunciou Macron nesta terça-feira.

Com informações da AFP

Fonte por: Jovem Pan

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