Ex-comandante da Marinha era “radical” e defendia o golpe, afirma Cid
Ex-ajudante de Bolsonaro estruturou os apoiadores do ex-presidente em três categorias: “radicais”, “moderados” e “conservadores”.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), declarou na segunda-feira (9.jun.2025) que o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, fazia parte do grupo de “radicais” que propunha um golpe de Estado.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
No depoimento perante o STF, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, listou os réus da ação e indagou Cid sobre a qual grupo cada um pertencia. Ele afirmou que apenas Garnier era visto como “radical”.
Aquele que defendia a ruptura institucional considerava que Bolsonaro possuía apoio popular para continuar no cargo e que, ao emitir a ordem, contaria com o apoio dos CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores).
LEIA TAMBÉM:
● O serviço PS Plus Extra remove jogos sem notificar os assinantes
● PlayStation: jogos com desconto de até R$ 20 – confira a seleção!
● O desenvolvedor Hideo Kojima pode abandonar a produção de jogos após o lançamento de “OD” e “Physint”
O grupo, chamado pelo colaborador como “radicais”, era dividido em dois subgrupos: o primeiro, denominado “menos radicais”, que buscava identificar uma fraude nas urnas; e o segundo grupo, os “radicais”, que defendia um braço armado, com o objetivo de, de alguma forma, incentivar um golpe de Estado.
Cid classificou os apoiadores de Bolsonaro em três grupos, de acordo com suas opiniões sobre a viabilidade de um golpe de Estado: “radicais”, “moderados” e “conservadores”. Ele afirmou que somente os “radicais” realmente defendiam uma ruptura institucional.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O ex-ajudante de ordens classificou Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto como “moderados”. Já Augusto Heleno, Anderson Torres e Alexandre Ramagem não foram ligados a nenhum dos grupos.
Cid afirmou que esses grupos não eram organizados, consistindo em pessoas que se aproximavam do presidente [Bolsonaro] para apresentar suas ideias. As pessoas iam individualmente e, posteriormente, deixavam de aparecer.
Transmissão ao vivo:
Interrogatórios
A Primeira Turma do STF iniciou nesta segunda-feira (9.jun) o interrogatório dos réus no núcleo central do processo penal por tentativa de golpe de Estado. De acordo com a PGR, os integrantes desse grupo teriam sido responsáveis por liderar as ações da organização criminosa que visavam impedir a posse de Lula.
Pertencem ao grupo:
Os interrogatórios deverão ser concluídos até quinta-feira (13.jun). O primeiro a ser ouvido é Mauro Cid, que firmou um acordo de colaboração com o STF. Os demais réus serão ouvidos em sequência, em ordem alfabética. A ordem foi estabelecida para que todos tenham ciência do que o delator declarou e, assim, possam exercer o devido processo legal.
Todos os réus do núcleo estão obrigados a comparecer nos interrogatórios, mas podem permanecer em silêncio e responder a algumas ou nenhuma pergunta. O relator, ministro Alexandre de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os advogados podem fazer perguntas. Se outros ministros da 1ª Turma comparecerem, também podem questionar os réus.
Após as audiências, os réus não precisam mais comparecer. A única pessoa do grupo que não irá até o plenário da 1ª Turma é o general Braga Netto, que está preso preventivamente no Rio de Janeiro desde dezembro. Ele participa por videoconferência.
Os depoimentos foram parte da fase instrutória criminal – momento de coleta de evidências. As testemunhas do lado acusador e defensor já prestaram declarações e novas provas documentais e periciais podem ser apresentadas, caso sejam solicitadas pelas partes e autorizadas pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.
Podem ser realizadas, eventualmente, investigações adicionais para confirmar informações relevantes durante o processo. Só após essa fase as acusações e as defesas devem apresentar suas alegações finais e Moraes elaborará o relatório final para o julgamento.
Fonte por: Poder 360