Governo aponta que Brasil alcançou número recorde de feminicídios, com quatro mulheres ceifadas da vida diariamente

Em 2024, o Brasil apresentou o maior volume de casos de feminicídio da série histórica (desde 2020), conforme dados do Mapa da Segurança Pública, divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública na quarta-feira, 11.

Quatro mulheres são mortas diariamente em casos de violência doméstica, familiar ou devido à discriminação e menosprezo.

Os assassinatos de mulheres atingiram o maior volume da série histórica, com 1.459 casos em 2024, aumento de 0,69% em relação a 2023. A taxa permaneceu igual à do ano anterior, com 1,34 casos por cada 100 mil mulheres. Observa-se um crescimento progressivo no número de feminicídios no país desde 2020.

Os estados com maiores taxas de aumento são:

A análise regional indica que, igualmente no ano anterior, a Região Centro-Oeste apresentou a maior taxa do país, com 1,87 feminicídios para cada 100 mil mulheres, superior à média nacional. Por outro lado, a Região Sudeste registrou a menor taxa, com 1,16 casos por 100 mil mulheres, ainda que concentrasse o maior número absoluto de vítimas, com 532 registros.

Os municípios com o maior número de vítimas em 2024 foram Rio de Janeiro e São Paulo, ambos com 51 ocorrências.

O Ministério da Justiça ressalta que a taxa de feminicídios deve ser analisada em proporção ao crescimento demográfico. A população feminina brasileira aumentou de 107.023.935 em 2020 para 108.921.464 em 2024.

Estupros atingem níveis mais elevados nos últimos cinco anos.

Registrou-se o maior número de casos de estupro nos últimos cinco anos, totalizando 83.114 ocorrências. Em média, 227 pessoas foram estupradas diariamente, sendo 86% do sexo feminino. Nos últimos cinco anos, o crime apresentou um aumento de 25,8%.

A Região Sudeste registrou o maior número absoluto de estupros (29.007). Contudo, a Região Norte lidera em taxa, com 62,44, seguida pelo Centro-Oeste (57,73).

O estado de São Paulo apresentou o maior número absoluto de casos, com 15.989 ocorrências. Em termos de taxas por 100 mil habitantes, o maior índice foi observado em Rondônia (87,73), seguido por Roraima (84,68) e Amapá (81,96).

Os dados mostram um crescimento contínuo nos registros de estupro nos últimos anos. Em 2023, foram contabilizadas 82.204 vítimas, o que representou um aumento de 1,06% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 79.741 estupros.

Gráfico ilustra redução de assassinatos intencionais.

O Mapa da Segurança Pública de 2025 indica, contudo, que outros tipos de homicídios também ascenderam:

Registrou-se também uma queda nos crimes patrimoniais (furto e roubo de veículos, roubo de carga e roubos a instituições financeiras).

Fonte: Estadão conteúdo

Fonte por: Tribuna do Norte