Haddad analisa 3 opções após a revisão do aumento da taxa de juros
O ministro da Fazenda, Haddad, avalia entrar com um pedido ao STF, buscar novas fontes de receita ou implementar mais cortes no orçamento.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o governo analisa três alternativas após a rejeição do projeto de lei pelo Congresso Nacional que elevava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
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As opções incluem o recurso ao STF (Supremo Tribunal Federal), a busca por novas fontes de receita ou a realização de cortes adicionais no Orçamento, o que, para ele, “vai pesar para todo mundo”. A declaração foi feita em entrevista à Folha de S.Paulo nesta 5ª feira (26.jun.2025).
O ministro Haddad afirmou que a decisão sobre qual rota adotar será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro declarou que “na opinião dos juristas do governo, a decisão do Congresso é flagrantemente inconstitucional”.
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A revogação do decreto ocorreu na quarta-feira (25.jun), quando o Congresso votou contra a medida proposta pelo governo. Haddad soube da decisão somente na manhã do mesmo dia. “Eu acordei com uma ligação da Gleisi [Hoffmann, ministra das Relações Institucionais]”, declarou.
O ministro acreditava ter alcançado um bom acordo com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), durante a reunião realizada em 8 de junho. “O que mudou daquilo?” disse.
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O ministro declarou que, caso o governo adote novos cortes orçamentários, serão necessários R$ 12 bilhões adicionais aos R$ 30 bilhões já congelados. Ele também afirmou que as renúncias fiscais no Brasil somam R$ 800 bilhões ao ano, enquanto o BPC (Benefício de Prestação Continuada) demandará R$ 140 bilhões do Orçamento em 2027. Segundo Haddad, o responsável por “desarrumar” o benefício foi o “governo anterior”, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em 22 de maio, o governo divulgou o decreto que elevava o IOF. A princípio, a ação visava aumentar a arrecadação da União. Posteriormente, o assunto gerou conflito entre o Poder Executivo e o Legislativo.
Após o anúncio, o governo revogou parcialmente o decreto, porém sem oferecer uma compensação. A projeção de arrecadação diminuiu de R$ 20,5 bilhões para R$ 19,1 bilhões.
Após as divergências em relação às medidas apresentadas, Haddad participou de uma reunião com Hugo Motta e líderes partidários para debater o Imposto sobre Operações Financeiras em 8 de junho. Em seguida, foi divulgado que uma parcela do decreto foi mantida, e outros impostos seriam aumentados para compensar a queda na arrecadação decorrente do IOF.
Em 11 de junho, o governo divulgou a MP (Medida Provisória) que introduziu alterações na tributação de aplicações financeiras e elevou a carga tributária para certas categorias de empresas. A ação foi proposta como substituta ao aumento do IOF.
A Câmara dos Deputados aprovou, por 383 votos a 98, o Projeto de Decreto Legislativo 314 de 2025, que revoga integralmente o decreto do governo, em resposta à insatisfação com a Medida Provisória e ao aumento de outros impostos.
Desde janeiro de 2023, após assumir o ministério, Haddad concedeu pelo menos 51 entrevistas exclusivas à imprensa. São consideradas exclusivas quando apenas um veículo de mídia participa e conduz as perguntas.
Os dados resultam de levantamento da Poder360, entre 1º de janeiro de 2023 e 26 de junho de 2025, com base na agenda de compromissos do ministro e na divulgação das entrevistas pela mídia.
Fernando Haddad deu preferência ao Grupo Globo. Houve, no total, 19 exclusivas para os veículos do grupo, incluindo G1, O Globo, CBN e Valor Econômico. Ele utilizou a GloboNews 11 vezes.
Fonte por: Poder 360