Líder do PL acusa Haddad de ser “burro” e “analógico”
Sóstenes Cavalcante criticou o ministro da Fazenda por questionar a extensão do vídeo de Nikolas Ferreira sobre o PIX.

O presidente do PL na Câmara dos Deputados, Sostenes Cavalcante (PL-RJ), classificou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como “analógico” e “burro”. As críticas surgiram após o ministro ter confrontado os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ) nesta quarta-feira (11.jun.2025), durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Casa.
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Cavalcante criticou Haddad por questionar a veracidade do alcance de um vídeo de Nikolas Ferreira em janeiro, que abordava as regras de fiscalização do PIX propostas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O vídeo já alcançou 333 milhões de visualizações no Instagram. Haddad ironizou o número, afirmando que “não existem 300 milhões de falantes de português no mundo”. Deputados presentes interpretaram a fala como uma insinuação de exagero.
O presidente do PL declarou, durante seu pronunciamento na Câmara, que o ministro é “aná” por entender que as 333 milhões de visualizações correspondem a pessoas que assistiram ao vídeo e não ao número de vezes que ele foi reproduzido. Uma mesma pessoa pode ter assistido diversas vezes.
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Agora o Haddad não sabe somar, presidente [Altineu Cortés (PL-RJ)] porque é burro! É burro! É só somar todos os países que falam português no Brasil e no mundo e ele vai chegar à soma de 300 milhões de pessoas […]. Se ele não souber os países que falam português, eu falo para ele.
O deputado concluiu apresentando 23 documentos que, em sua visão, correspondem às taxas impostas pelo ministro da Fazenda durante o governo Lula.
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Há troca de farpas na câmara.
Na quarta-feira (11.jun.2025), durante audiência na Câmara dos Deputados, Haddad protagonizou uma troca de ofensas com os deputados Carlos Jordy (PL-RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG). O confronto iniciou-se quando Haddad declarou que os parlamentares estavam de “molecagem” por saírem da sessão sem ouvir suas respostas, gerando reação imediata de Jordy, que retornou à sessão plenária.
“Esse tipo de atitude de alguém que quer aparecer na rede falando sério e corre sempre que o embate sério vai acontecer é um pouco de molecagem. Isso não é bom para a democracia”, disse Haddad durante a sessão.
Ao retornar à audiência e obter o direito de resposta, Jordy respondeu: “O ministro foi extremamente desrespeitoso comigo e com o deputado Nikolas. Chamou de ‘moleque’ porque ficou chateado com as verdades que apresentamos aqui, sobre toda a questão do déficit fiscal que ele promove, sobre o desequilíbrio causado pelo aumento de impostos e pela extravagância do seu governo. Quero, ministro, que moleque seja você.”
Antes da discussão, os deputados manifestaram forte crítica à gestão econômica do governo Lula, sustentando que o déficit primário é mais grave do que durante a pandemia.
Haddad retrucou, comparando a atitude dos parlamentares do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018: “Realizam perguntas e evitam o debate”. O ministro também associou o superávit de 2022 a ações do governo anterior, mencionando desvios em obras e incentivos fiscais de grande porte. Questionou a falta dos deputados nos votos que autorizaram tais medidas, lembrando que Nikolas foi eleito somente em 2022.
A reunião também se intensificou devido a um vídeo de Nikolas sobre o Pix, que alcançou 333 milhões de visualizações. Haddad criticou os números, afirmando que não há 300 milhões de falantes de português no mundo, e classificou o vídeo como notícia falsa financiada por grandes empresas de tecnologia. Nikolas justificou o conteúdo como reflexo do sentimento da população.
Haddad ainda relacionou o episódio com o que sucedeu à ministra Marina Silva no Senado, quando foi alvo de hostilidades e abandonou a sessão. “Qual o ministro que se sentirá à vontade para prestar esclarecimentos?”, questionou.
A reunião foi finalizada sem oportunidade de reação a Nikolas, que declarou que a mesa praticava censura: “Eles têm medo”.
Haddad deixou o local cercado por gritos de “fuja”, acompanhado por apoiadores do PT. “Se não vão ouvir a resposta, por que perguntaram?”, concluiu o ministro.
Fonte por: Poder 360