Luiz Inácio Lula da Silva comemora 20 anos após o escândalo do Mensalão

Presidente realiza primeiro pronunciamento à população dois meses após divulgação do esquema.

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(Imagem de reprodução da internet).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proferiu seu primeiro pronunciamento sobre o Mensalão, dois meses após a divulgação do esquema de compra de apoio político, escândalo que marca o seu vigésimo aniversário nesta sexta-feira (6).

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Ao relatar o esquema em junho de 2005, o então deputado federal Roberto Jefferson afirmou que Lula desconhecia a compra de votos no Congresso.

O então presidente do PTB afirmou que o esquema era conduzido pelo tesoureiro do PT na época, Delúbio Soares, com o conhecimento do ministro da Casa Civil, José Dirceu, e do presidente do PT, José Genoino.

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Em agosto daquele ano, durante o ápice das investigações sobre o escândalo, Lula proferiu um discurso, afirmando ter se sentido traído, sem mencionar nomes.

O presidente declarou que se sente traído, por práticas inaceitáveis das quais nunca teve conhecimento, e que está indignado com a crise política. Destacou que o governo errou e se desculpou com a população.

Estou revoltado com as revelações que surgem a cada dia, e que abalam o país. O PT foi criado para promover a ética na política e para lutar ao lado do povo de baixa renda e das classes médias do nosso país. Não alterei e tenho certeza de que a mesma indignação que sinto é compartilhada pela grande maioria daqueles que nos acompanharam nessa trajetória.

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Desejava, em sua conclusão, manifestar ao povo brasileiro que não possuo constrangimento em declarar que nós devemos nos desculpar. O PT precisa se desculpar. O governo, por onde cometeu erros, também deve se desculpar.

Antes da fala, em julho, Lula realizou uma entrevista para uma jornalista brasileira que atuava em uma emissora francesa sediada em Paris. A exibição ocorreu no Fantástico, da TV Globo, que afirmou não ter influenciado as questões propostas ao presidente. Foi a primeira vez que o petista declarou que se tratava de “caixa 2”, termo referente ao financiamento não declarado de gastos da campanha eleitoral.

“O que o PT fez do ponto de vista eleitoral é o que é feito no Brasil sistematicamente”, afirmou na ocasião. “As pessoas não pensaram direito no que estavam fazendo, porque o PT tem na ética uma das suas marcas mais extraordinárias, e não é por causa do erro de um dirigente ou de outro que você pode dizer que o PT está envolvido em corrupção.”

Em 1º de janeiro de 2006, Lula concedeu entrevista exclusiva ao Fantástico, da TV Globo, sobre o Mensalão, afirmando não ter conhecimento do esquema e que as acusações foram como uma “facada no coração”.

Apesar de admitir o erro do Partido dos Trabalhadores, Lula nunca declarou que ocorreu a compra de votos entre parlamentares.

Quando o deputado Roberto Jefferson apresentou a denúncia, foi cassado justamente porque não comprovou as acusações que fez, em relação, por exemplo, ao escândalo dos mensalões. O que foi demonstrado é que o PT teve uma prática de financiamento de campanha totalmente divergente da história do próprio partido, e isso está sendo investigado na CPI.

Na eleição subsequente, Lula recuperou a popularidade perdida com o escândalo do Mensalão e renovou o mandato por um período de quatro anos.

Após deixar o Palácio do Planalto, Lula foi diversas vezes questionado sobre o Mensalão, incluindo a mais recente campanha eleitoral, em 2022, quando obteve a terceira vitória na disputa presidencial. Nesse ano, em entrevista ao Jornal Nacional, o petista comparou o caso de 20 anos atrás ao Orçamento Secreto, em referência às emendas parlamentares sem autor conhecido, sob controle da cúpula do Congresso: “Você acha que o Mensalão que tanto se falou é mais grave do que o Orçamento Secreto?”.

Fonte por: CNN Brasil

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