Lula afirma que Israel pode transformar o Oriente Médio em um único campo de batalha
O chefe do executivo condenou os atos de agressão do país contra o Irã e as ações de nações que não reconhecem o Estado palestino.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (17.jun.2025) que os ataques de Israel ao Irã ameaçam transformar o Oriente Médio em “único campo de batalha”, com consequências inestimáveis. A declaração foi feita em sessão da Cúpula do G7, em Kananaskis, no Canadá. O conflito entre os dois países já ceifou a vida de 234 pessoas.
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O chefe do Executivo brasileiro, em seu pronunciamento, censurou os países que não reconhecem o Estado palestino. Ele afirmou que isso demonstra “seletividade na defesa do direito e da justiça”. Anteriormente, Lula declarou que “em Gaza, nada justifica a matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra”.
O presidente Lula afirmou que a guerra contra a Rússia não será resolvida “pela via militar”. Para o petista, somente o diápode cessar o conflito que já dura mais de 3 anos.
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Ninguém nesta sala desconhece que, no conflito ucraniano, nenhum dos lados alcançará seus objetivos por meio das ações militares. Apenas o diáentre as partes pode levar a um cessar-fogo e abrir caminho para uma paz duradoura.
Ouça a íntegra do discurso do presidente Lula na sessão ampliada da Cúpula do G7, no Canadá.
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Agradeço ao primeiro-ministro Mark Carney [do Canadá] o convite para participar desta sessão ampliada.
Cinco dos atuais sete líderes do G7 assumiram o cargo após a Cúpula de Puglia.
Essa renovação demonstra a força da democracia, porém impõe desafios na necessidade de respostas rápidas e coordenadas.
A transformação do clima não aguarda, nem pode ser enfrentada sem um esforço conjunto.
O G7 surgiu em resposta às crises do petróleo.
A crise dos anos 1970 evidenciou que a dependência de combustíveis fósseis compromete o futuro do planeta.
Contudo, o mundo demonstra resistência em reconhecer que a diversificação é fundamental para a segurança energética.
O Brasil se tornou o primeiro país a investir em grande escala em fontes renováveis.
90% da nossa rede elétrica é proveniente de fontes limpas.
Atualmente, representamos o segundo maior produtor mundial de biocombustíveis.
Nós lideramos no desenvolvimento de motores flexíveis.
Nossa gasolina apresenta 30% de etanol em sua composição e nosso diesel utiliza 15% de biodiesel.
Automóveis híbridos, que unem a combustão e a eletricidade, constituem atualmente uma realidade no setor automotivo.
Nós lideramos na produção de hidrogênio verde e de combustível sustentável para aviação.
A criação de áreas protegidas e parques solares, bem como a descarbonização dos setores de transportes e agricultura, dependem de minerais estratégicos.
É impossível debater a transição energética sem mencioná-los e sem incluir o Brasil.
Possuímos a maior reserva global de nióbio, segundo maior em níquel, grafita e terras raras, e terceiro maior em manganês e bauxita.
Não voltaremos a cometer os mesmos erros.
Ao longo de séculos, a exploração mineral produziu riqueza para uma minoria e deixou consequências de destruição e pobreza para grande parte da população.
Não deve colocar em risco ecossistemas como a Amazônia e os oceanos profundos.
Esta foi a mensagem que levamos à Cúpula dos Oceanos em Nice na semana passada.
O Brasil não se transformará em cenário de disputas agressivas e ações restritivas.
Países em desenvolvimento necessitam estar envolvidos em todas as fases das cadeias globais de minerais estratégicos, abrangendo seu processamento.
Esta foi a nossa posição no G20 e tem sido a nossa linha de atuação no BRICS.
As parcerias devem ser fundamentadas em vantagens mútuas, e não em conflitos geopolíticos.
Se a competição superar a cooperação, não haverá segurança energética.
Não haverá segurança energética em um mundo em conflito.
Anualmente, guerras e conflitos se intensificam.
Os gastos militares representam, anualmente, o valor equivalente ao Produto Interno Bruto da Itália.
Seriam 2,7 trilhões de dólares que poderiam ser investidos no combate à fome e na transição justa.
Ninguém nesta sala desconhece que, no conflito da Ucrânia, nenhum dos lados alcançará seus objetivos por meio das operações militares.
Somente o diáentre as partes pode levar ao fim do conflito e abrir caminho para uma paz duradoura.
Em Gaza, não há justificativa para o assassinato indiscriminado de mulheres e crianças e para o emprego da fome como arma de guerra.
Ainda existem países que resistem em reconhecer o Estado palestino, o que demonstra sua seletividade na defesa do direito e da justiça.
As recentes ações de Israel contra o Irã colocam o Oriente Médio em uma situação de conflito único, com implicações globais significativas.
Na Haiti, a comunidade internacional demonstra falta de atenção ao dia a dia de caos e horrores causados pelo crime organizado.
Não negligencie a importância da correção de todos esses problemas.
É evidente que a ausência de liderança agrava essa situação.
Três membros permanentes do Conselho de Segurança e outros países com tradição na defesa da paz estão sentados em torno desta mesa.
No momento, a responsabilidade central recai sobre a ONU.
É necessário que o Secretário-Geral conduza um grupo representativo de países comprometidos com a paz na missão de restabelecer à organização a prerrogativa de ser o lar do entendimento e do diá.
Fonte por: Poder 360