Lula conclui viagem oficial à China com encontro com Xi Jinping
Presidentes do Brasil e da China defendem o multilateralismo e criticam o protecionismo e a guerra comercial.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou em seu último compromisso oficial na China discurso convergente com o de Xi Jinping. Em declarações à imprensa, ambos criticaram a postura protecionista e a guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump.
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No dia seguinte à redução das tarifas cobradas de chineses e estadunidenses nas transações entre os dois países, Lula e Xi foram enfáticos ao defenderem o multilateralismo. Embora o nome de Trump não tenha sido citado, os dois presidentes deram recados claros ao republicano.
China e Brasil concordam que ninguém sai ganhando das guerras tarifárias e comerciais. O protecionismo jamais é uma solução correta para responder aos desafios. China e Brasil vão defender juntos o livre comércio e o sistema multilateral; cultivar um ambiente internacional de cooperação aberta, inclusiva e não discriminatória.
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Lula retornou à China para sua segunda visita de Estado neste terceiro mandato, acompanhado por uma robusta delegação de políticos e empresários. Antes das declarações dos presidentes, representantes dos dois governos assinaram dezenas de acordos de cooperação.
Há anos a ordem internacional já demanda reformas profundas. Nos últimos meses, o mundo se tornou mais imprevisível, mais instável e mais fragmentado. China e Brasil estão determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo.
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Guerras comerciais não têm vencedores. Elas elevam os preços, deprimem as economias e corroem a renda dos mais vulneráveis em todos os países. O presidente Xi Jinping e eu defendemos um comércio justo e baseado nas regras da Organização Mundial do Comércio.
Lula e Xi também reforçaram que Brasil e China defendem soluções pacíficas para os conflitos em andamento entre Rússia e Ucrânia e também no Oriente Médio.
Superar a estupidez dos conflitos armados também é pré-condição para o desenvolvimento. Os entendimentos mútuos entre Brasil e China para uma solução política para a crise na Ucrânia oferecem base para um diáabrangente que permita o retorno da paz na Europa. A humanidade se encolhe diante das atrocidades cometidas em Gaza. Não haverá paz sem um Estado da Palestina independente, vivendo lado a lado com o Estado de Israel.
Fonte: Carta Capital