A cúpula do Brics, a ser realizada em 6 e 7 de julho no Rio, já tem duas ausências relevantes confirmadas. O Kremlin declarou nesta 4ª feira (25.jun.2025) que o presidente russo, Vladimir Putin, não irá à reunião. O governo chinês já havia informado na 3ª feira (24.jun) que o líder Xi Jinping não viajará ao Brasil.
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Putin não comparecerá à cúpula porque possui um mandado de prisão contra ele emitido pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra na Ucrânia. O Brasil é signatário do estatuto que criou a corte e estaria obrigado a cumprir o mandato. De acordo com Moscou, o governo brasileiro não foi claro sobre o risco. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou em setembro de 2023 que Putin não seria preso se viesse ao Brasil.
O líder russo também ausentou-se à cúpula de 2023 na África do Sul devido ao risco de prisão. Estivera presente na reunião ocorrida em Kazan (Rússia) no ano passado. Lula esteve no país para a reunião.
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Lavrov representará a Rússia no Rio, com o ministro das Relações Exteriores também participando da cúpula de 2023. Li Qiang, o primeiro-ministro chinês, também será enviado pelo Kremlin.
A ausência de Xi Jinping e Vladimir Putin compromete o BRICS, perdendo seus dois líderes mais importantes. A participação de outros chefes de Governo na reunião do Rio em julho ainda não foi confirmada, e novas ausências podem ocorrer.
Masoud Pezeshkian, presidente do Irã, não confirmou participação, mas a escalada do conflito com Israel pode ser um obstáculo. Os países estão em cessar-fogo desde a terça-feira passada (24.jun), porém o risco de os ataques serem retomados persiste. É improvável que Pezeshkian vá ao Rio nesse cenário.
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O presidente indonésio, Prabowo Subianto, ainda deve comparecer ao encontro do Brics, mesmo com a tensão nas relações gerada pela morte da brasileira Juliana Marins em uma trilha de vulcão naquele país asiático.
Conforme destacado pelo Poder360, o conflito no Oriente Médio poderia impactar a agenda da cúpula do bloco no Rio. A Folha de S.Paulo, na época dos primeiros ataques de Israel ao Irã, considerava que não haveria desinteresse no evento.
Para os diplomatas brasileiros, o aumento da tensão internacional eleva a relevância dos debates do bloco de países emergentes. Lula, por exemplo, tem reiterado críticas ao declínio do multilateralismo global. O assunto deverá ser abordado nas mesas de discussão do Rio.
A professora e coordenadora do curso de Relações Internacionais da Faculdade Mackenzie Rio, Fernanda Brandão, acredita que a tensão Israel-Iraã terá um impacto limitado na cúpula do BRICS, devido à natureza predominantemente econômica do grupo e à ausência de questões militares em pauta.
Apesar disso, ela considera que há um risco muito grande de o assunto comprometer potenciais acordos comerciais. Citou o Estreito de Ormuz, controlado pelo Irã e principal via de transporte e exportação de petróleo da Arábia Saudita.
Fonte por: Poder 360