Lula perdeu influência fora e é impopular no Brasil, aponta o Economist
A revista britânica alega que o presidente demonstra pouca capacidade de diáe que sua postura em relação à guerra entre Israel e Irã dificulta o isolame…

A revista britânica Economist afirma em artigo (disponível aqui, para assinantes), publicado no domingo (29.jun.2025), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “perdeu a influência no exterior” e está “cada vez mais impopular no Brasil”.
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A publicação do Brasil sobre a guerra entre Israel e Irã isolou o país das demais democracias ocidentais e teve uma linguagem agressiva. Em 22 de junho, o Itamaraty condenou os ataques dos Estados Unidos ao país persa e declarou que a ofensiva representou uma violação de soberania.
A demonstração de apoio do Brasil ao Irã deverá persistir nos dias 6 e 7 de julho, quando o BRICS, um grupo de 11 economias de mercados emergentes, incluindo Brasil, China, Rússia e África do Sul, promove sua cúpula anual no Rio de Janeiro. O Irã, que se tornou integrante do BRICS em 2024, deverá enviar uma delegação. O grupo é atualmente presidido pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como Lula. Inicialmente, a adesão proporcionou ao Brasil uma oportunidade para exercer influência global. Agora, isso faz o Brasil parecer cada vez mais confrontado com o Ocidente.
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A The Economist afirma que Lula não demonstrou nenhum esforço para aproximar as relações com os Estados Unidos desde a ascensão de Donald Trump, em janeiro de 2017.
O petista busca se aproximar da China. Ele teve encontros com Xi Jinping, o presidente chinês, duas vezes no ano passado.
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Em maio, Lula foi o único líder de uma grande democracia a comparecer às comemorações em Moscou do fim da Segunda Guerra Mundial. Ele utilizou a viagem para tentar convencer Putin de que o Brasil deveria mediar o fim da guerra na Ucrânia. Nem Putin, nem ninguém, lhe ouviu, relata a publicação.
Para a Economist, o presidente brasileiro é “pouco pragmático”.
Luiz Inácio Lula da Silva não dialoga com o presidente argentino, Javier Milei, devido a divergências ideológicas. Ao assumir o cargo pela terceira vez, em 2023, ele acolheu Nicolás Maduro, o ditador do Venezuela, mesmo que o país se transformasse em uma ditadura.
O número total de pessoas desaparecidas no Brasil aumentou em 180% nos últimos cinco anos.
A publicação também aborda a diminuição da popularidade de Lula em seu terceiro mandato. Uma pesquisa da PoderData, realizada entre 31 de maio e 2 de junho, revelou que o governo do presidente é desaprovado por 56% dos eleitores. Quando Lula assumiu o cargo, essa taxa era de 39%.
O país se inclinou para a direita. Muitos brasileiros associam seu Partido dos Trabalhadores à corrupção, devido a um escândalo que o levou à prisão por mais de um ano (sua condenação foi posteriormente anulada). Ele construiu o partido com o apoio de sindicatos, católicos com consciência social e pessoas pobres que recebiam esmolas do governo. Mas hoje o Brasil é um país onde o cristianismo evangélico está em expansão, onde o emprego na agricultura e na economia informal está crescendo rapidamente e onde a direita também oferece esmolas.
A publicação indica que, na eleição de 2026, a união da direita em torno de um único candidato pode garantir a posse da Presidência.
A publicação aponta que o movimento Make America Great Again, o Maga, de Donald Trump (republicano), possui alinhamento próximo com a direita brasileira. Contudo, ressalta que o presidente norte-americano “não comentou quase nada sobre o Brasil desde que assumiu o cargo”.
Em parte, isso ocorre porque o Brasil se beneficia de um déficit comercial considerável com os Estados Unidos, que atinge valores de US$ 30 bilhões anualmente. Trump certamente aprecia quando outros países compram mais dos Estados Unidos do que vendem para ele. Contudo, seu silêncio também pode ser devido ao fato de que o Brasil, sendo relativamente distante e geopoliticamente inerte, não tem tanta relevância em relação a questões como a guerra na Ucrânia ou no Oriente Médio. Lula deveria deixar de encobrir a importância do assunto e focar em questões mais próximas.
Fonte por: Poder 360