O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, agendou para a próxima segunda-feira (9) o depoimento dos réus do “primeiro núcleo”, grupo formado por oito pessoas acusadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado. Entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Moraes informou que o interrogatório poderá ser realizado em outros dias da próxima semana caso não seja suficiente ouvir todos na segunda-feira. Além de Bolsonaro, compõem o grupo o general e ex-ministro Walter Braga Netto, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), a ex-chefe da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
Os réus serão ouvidos na sala da Primeira Turma do STF, em Brasília, durante a tarde e a noite de segunda-feira. Braga Netto é a exceção, uma vez que está preso preventivamente no Rio de Janeiro. Ele será ouvido em sessão virtual.
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A sessão começará com Mauro Cid, por ter sido colaborador da investigação, e depois serão interrogados os réus em ordem alfabética.
Na segunda-feira, 2, o Supremo ouviu o senador Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do Desenvolvimento Regional no governo Bolsonaro e testemunha de defesa do ex-presidente. Marinho prestou o último depoimento às testemunhas do “primeiro núcleo” e afirmou não ter ouvido de Bolsonaro qualquer plano de tentativa de golpe de Estado. O parlamentar relatou que, em reunião após a eleição presidencial de 2022, todos estavam “tristes” com a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro ficou “desgastado” após ter sido acometido por erisipela.
É uma doença bastante debilitante. Ele (Bolsonaro) estava praticamente sem se movimentar, recebendo soro e medicamentos. É difícil após uma eleição acirrada, após ter perdido, ele estar nessa condição de estar conversando conosco”, afirmou Marinho.
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Na última sexta-feira (30), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) disse que a transição do governo Jair Bolsonaro para o de Luiz Inácio Lula da Silva foi iniciada para conter a mobilização de caminhoneiros pelo Brasil, que fecharam as rodovias em protesto, não reconhecendo o resultado eleitoral que consagrou o petista como vencedor no segundo turno das eleições de 2022.
Ciro afirmou que o presidente ordenou a transição, naquele período que ocorria a greve de caminhoneiros. Precisava de uma fala do presidente, para iniciar uma transição, a fim de que os caminhoneiros parassem de obstruir as rodovias. Pedi para que fosse feita uma declaração em conjunto para realizar essa transição, e ele determinou dessa forma. Nogueira, testemunha do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e de Bolsonaro na ação penal que investiga tentativa de golpe de Estado, chefiou a transição em novembro de 2022 como ministro da Casa Civil por determinação de Bolsonaro.
Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Fernando Dias
Fonte por: Jovem Pan