Motta cede e afirma que a destituição de Zambelli será votada em sessão plenária
O presidente da Câmara afirmou que não era apropriado que os deputados votassem na perda do mandato da deputada, que se encontra foragida.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que a decisão sobre a perda de mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) será levada ao plenário. Motta revogou a declaração feita um dia antes, na qual afirmara que não colocaria em votação a cassação da congressista.
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Em relação ao cumprimento da decisão sobre o mandato, irei seguir o regulamento. Notificarei para que ela possa se defender e a palavra final será a palavra do plenário, afirmou Motta durante a sessão do plenário.
A deputada foi sentenciada a 10 anos de reclusão pelo STF.
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Na sexta-feira (7.jun), o ministro Alexandre de Moraes da Corte determinou que o Ministério da Justiça formalizasse o pedido de extradição de Zambelli, que se encontra em Roma, na Itália. A Câmara concedeu à deputada uma licença de 127 dias do mandato, por sua solicitação.
Quando há uma conclusão de julgamento no STF, não cabe mais ao presidente da Câmara colocá-lo em votação porque já tem uma condenação. A decisão precisa ser cumprida, afirmou Motta. A declaração foi feita na segunda-feira (9.jun), durante o seminário “Agenda Brasil”, realizado em São Paulo pelo Grupo Globo.
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O presidente da Câmara afirmou que houve uma confusão e precipitação na avaliação.
O deputado afirmou não ter sido notificado sobre a prisão, por isso não a trouxe à sessão plenária. Acrescentou que foi notificado sobre o bloqueio dos vencimentos.
São necessários 257 votos favoráveis para que Carla Zambelli perca o mandato.
Pressão dos deputados.
Motta comunicou que a cassação de Zambelli será avaliada em sessão após parlamentares da oposição ao governo questionarem o comportamento dela na Câmara. André Fernandes (PL-CE) declarou no plenário que sente ter sido ludibriado por Motta.
Reassegues a força da Câmara dos Deputados! Não aceite que um deputado seja cassado, sob qualquer justificativa, sem o consentimento desta Casa! E se a Deputada Carla Zambelli – ou qualquer que seja o deputado – for cassada, apresente para decidir aqui em plenário. E que os deputados registrem sua assinatura na cassação, na perda de mandato, como fizeram com o Daniel Silveira. Mas afirmar que simplesmente irá acatar a decisão é um desrespeito. É um tapa no rosto do presidente, é um tapa no rosto dos parlamentares e é um tapa também na cara da oposição.
CARLA ZAMBELLI
Em 14 de maio, o STF condenou Zambelli, por unanimidade, a 10 anos de prisão, acrescida da perda de mandato, por falsidade ideológica. Ela e o hacker da “Vaza Jato”, Walter Delgatti Neto, tentaram invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para expedir um mandado de prisão para o ministro Alexandre de Moraes, como se ele próprio tivesse determinado a sua própria prisão.
Investigações revelaram que a invasão foi conduzida por Delgatti, que admitiu ter atuado sob as ordens da deputada. O hacker recebeu uma pena de oito anos e três meses de reclusão.
Zambelli afirmou ter deixado o Brasil em 3 de junho. Posteriormente, seu advogado, Daniel Bialski, anunciou sua saída da defesa. Primeiramente, ela seguiu para os Estados Unidos. No dia seguinte, Alexandre de Moraes ordenou a prisão preventiva e a suspensão das redes sociais de Zambelli.
A congressista teve seu nome incluído na lista vermelha da Interpol em 5 de junho, sob solicitação de Moraes. ela é considerada foragida internacional e pode ser presa em outros países.
No dia seguinte (6.jun), a deputada declarou à CNN que pretende se apresentar voluntariamente às autoridades italianas. Na mesma data, a 1ª Turma do STF rejeitou, por unanimidade, o recurso da congressista contra a condenação a 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas eletrônicos do CNJ.
Fonte por: Poder 360