Mulher proprietária de escola e filho de operário: qual o casal assassinado, supostamente por ordem de advogados

José Eduardo Ometto Pavan, de 69 anos, e Rosana Ferrari, de 61, foram mortos a tiros em suas chácaras, em São Pedro, interior de São Paulo.

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(Imagem de reprodução da internet).

Os empresários José Eduardo Ometto Pavan, 69, e Rosana Ferrari, 61, foram mortos a tiros em seu sítio, em São Pedro, interior de São Paulo. A polícia deteve os suspeitos responsáveis pelo crime e um casal de advogados que teria contratado o assassinato. A defesa dos advogados afirma que irá provar sua inocência. Ometto Pavan era descendente de uma família tradicional no setor de açúcar, sendo Virgílio Pavan um dos sócios da Usina Santa Cruz, atualmente Usina São Martinho. O sobrenome Ometto é reconhecido no ramo sucroalcooleiro do país. Ometto Pavan se especializou em usinagem, oferecendo serviços de tornearia, fabricação e venda de peças, sendo proprietário do Sítio Pura Vida, localizado no bairro Portal da Serra, em São Pedro. A propriedade, destinada à criação de gado bovino e produção de eucalipto, estava parcialmente arrendada.

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Rosana era dona e diretora do Educandário da Criança, escola infantil tradicional situada na Vila Santana, em Araraquara. Ela coordenava o estabelecimento, que atende crianças do berçário e pré-escola, desde a década de 1990. A instituição também oferece ensino de idiomas, esportes, artes e cultura. No dia de sua morte, a prefeitura expressou condolências e a homenageou em comunicado, em sua página oficial. “Rosana dedicou sua vida à educação, com amor, compromisso e uma visão que transformou gerações. Seu legado como educadora, gestora e pessoa permanecerá vivo na memória de todos que tiveram o privilégio de aprender com ela – alunos, famílias e toda a comunidade escolar”. O casal residia há mais de 20 anos e tinha o hábito de passar os fins de semana no sítio, em São Pedro. Apesar de serem discretos, eram bastante conhecidos na cidade.

Qual foi a dinâmica do crime?

Em 6 de abril deste ano, um domingo, um vizinho notou que a picape Fiat Toro de um casal estava estacionada em frente à casa do sítio, sem que houvesse movimentação no local. Ao verificar, encontrou o corpo do empresário imóvel na cabine. A Polícia Militar foi acionada e confirmou o óbito, com duas marcas de tiro na região do peito. O corpo de Rosana foi encontrado na caçamba do veículo, com uma bala no lado esquerdo do peito. A perícia indicou execução, mas o caso foi inicialmente investigado como latrocínio. As carteiras e os celulares das vítimas foram levados pelos suspeitos. Em seguida, as investigações apontaram para um crime planejado e a hipótese de latrocínio – roubo seguido de morte – foi descartada.

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Quem são os indivíduos sob investigação?

As perícias e os exames de balística, além de outros elementos coletados durante a investigação, apontaram dois suspeitos do duplo homicídio. Carlos César Lopes de Oliveira, de 57 anos, conhecido como “César”, e Ednaldo José Vieira, de 54, o “Índio”, foram presos em São Carlos e Praia Grande. O cumprimento da prisão, somado à análise do conteúdo de celulares e ao cruzamento de informações, além da extensa análise de processos envolvendo os bens do casal, identificou os mandantes. Os advogados Hércules Praça Barroso, de 47 anos, e Fernanda Morales Teixeira Barroso, de 44, foram presos na terça-feira, 17, no condomínio onde residem. Eles são suspeitos de terem contratado os assassinatos de José Eduardo e Rosana para obter o patrimônio do casal. A operação “Jogo Duplo” foi realizada pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) para prender os suspeitos.

Qual foi o motivo do crime?

Segundo a polícia, os indivíduos atuavam como advogados do casal há mais de dez anos e utilizaram de artifícios para se apropriar de cerca de R$ 12 milhões em imóveis pertencentes às vítimas. Com o pretexto de proteger o patrimônio das vítimas, os bens foram colocados no nome dos advogados. Além disso, o casal de advogados teria falsificado boletos bancários para cobrar custas inventadas, com valor aproximado de R$ 3 milhões. Totalizando R$ 15 milhões. A polícia acredita que o casal foi morto para que não alterasse a titularidade dos bens. Eles não tinham filho, nem outros herdeiros. Os quatro – mandantes e executores – tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias. Os investigados devem responder por homicídio qualificado, associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e ocultação de cadáver.

O advogado de Hércules e Fernanda, Reginaldo da Silveira, afirma que as provas são frágeis e que irá provar a inocência do casal. Ele ressalta que existia apenas uma relação de advogado e cliente entre as partes, na qual os honorários eram pagos através de imóveis, e não em dinheiro. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que o caso é acompanhado pela subseção de São Carlos e que o Tribunal de Ética e Disciplina (TED) adotará as medidas de apuração cabíveis.

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Com informações do Estadão Conteúdo.

Fonte por: Jovem Pan

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