O consumo de refrigerante contribui para o desenvolvimento de pedras nos rins
Por trás da embalagem colorida e do marketing atraente dos refrigerantes, existe um líquido que, em consumo excessivo, compromete o bom funcionamento dos rins. A formação de cálculos urinários, popularmente chamada de “pedras nos rins”, tem aumentado entre adultos jovens, e especialistas […].

Por trás da embalagem colorida e do marketing atraente dos refrigerantes, encontra-se um líquido que, em consumo excessivo, compromete o bom funcionamento dos rins. O desenvolvimento de cálculos urinários, popularmente denominados “pedras nos rins”, tem aumentado entre adultos jovens, e especialistas identificam relações diretas com hábitos alimentares contemporâneos – incluindo o consumo exagerado de refrigerantes.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Recentemente, um vídeo viralizou nas redes sociais, apresentando um paciente que consumia de dois a três litros de refrigerante diários e que necessitou de cirurgia para remover 35 pedras da bexiga. A situação expôs a gravidade do caso e a urgência de repensarmos o consumo dessas bebidas.
O urologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Dr. Alexandre Sallum Bull, considera o caso viralizado um alerta para aqueles que pensam que consumir refrigerante “ocasionalmente” não causa prejuízos.
LEIA TAMBÉM:
● O milho oferece diversos benefícios para a saúde e pode ser consumido de diversas formas
● 10 passos para emagrecer de maneira saudável e sustentável
● 6 alimentos saudáveis para combater o intestino preso
Refrigerante é uma das bebidas mais agressivas para o sistema urinário. Ele altera o pH da urina, estimula a perda de minerais pelos rins, favorece a cristalização de substâncias como cálcio, fosfato e oxalato – e isso, com o tempo, vira pedra. E pedra vira dor, infecção e, nos casos mais graves, cirurgia.
Riscos do consumo de refrigerante para o trato urinário.
Por trás do sabor doce e da sensação refrescante, o refrigerante contém uma combinação de substâncias nocivas ao trato urinário.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Isso sem considerar os refrigerantes zero ou diet, que, embora não contenham açúcar, mantêm o ácido fosfórico e adoçantes artificiais, também suspeitos de afetar a microbiota intestinal e o metabolismo renal.
O trajeto até a criação das pedras.
Nos rins, substâncias como cálcio, oxalato e ácido úrico são naturalmente eliminadas na urina. Quando equilibradas e diluídas, o processo ocorre normalmente. Contudo, quando a concentração aumenta e a urina se torna mais ácida ou de menor volume, os cristais se agregam, formando os cálculos renais.
Consumir refrigerantes em grande quantidade é como adicionar ácido a um sistema que precisa estar equilibrado. Com o tempo, os rins reagem da única maneira que conseguem: formando cálculos renais para tentar neutralizar o excesso de toxinas e sais, explica o Dr. Alexandre Sallum.
Os sintomas das pedras nos rins podem variar dependendo do tamanho e da localização da pedra. Em muitos casos, as pedras são assintomáticas e só são descobertas em exames de imagem. Quando presentes, os sintomas incluem dor intensa no flanco,
A formação de cálculos pode ser discreta no início, porém, à medida que as pedras aumentam ou se deslocam, os sintomas surgem e geralmente são fortes.
O paciente, cuja situação viralizou, apresentava cálculos que se formaram na bexiga, causando um quadro raro e grave que necessitou de cirurgia aberta.
Consumo de refrigerantes e a predisposição para formação de pedras.
O consumo regular de refrigerantes está relacionado a um aumento de até 33% no risco de formação de cálculos urinários. Esse risco é maior em indivíduos que:
Prevenção de cálculos renais
A boa notícia é que a formação de pedras nos rins não é inevitável. Com cuidados simples e constantes, é possível prevenir o problema, mesmo em pessoas predispostas.
Consuma água em abundância.
Manter-se hidratado é a maneira mais eficaz de diluir a urina e evitar a formação de cristais. Recomenda-se consumir pelo menos 2 a 2,5 litros de água por dia, ou uma quantidade maior em climas quentes ou durante a prática de atividades físicas.
Evite refrigerantes e bebidas açucaradas.
Substitua refrigerantes por água com limão, chás naturais (sem açúcar), água de coco, kombucha ou sucos naturais.
Diminua o consumo de sal e de produtos como embutidos.
O consumo elevado de carne vermelha e embutidos eleva a excreção de ácido úrico, o que contribui para a formação de cálculos.
Incluir alimentos com propriedades protetoras.
Laranjas, limões e acerolas elevam o citrato urinário, uma substância que evita a criação de cristais.
Procure um urologista.
Se você já teve pedras nos rins ou infecções urinárias, é importante investigar o tipo de cálculo, os hábitos alimentares e, se necessário, realizar exames para adaptar a prevenção às suas necessidades.
Uma consequência, não um azar.
O caso das 35 pedras removidas da bexiga de um paciente que consumia excessivamente refrigerante não é uma história de má sorte — é consequência de um hábito tóxico, mantido por anos, sem atenção ou orientação. Você não precisa chegar a esse ponto.
Ao eliminar o refrigerante da sua rotina, você não está apenas cortando uma bebida calórica. Está demonstrando respeito pelo seu corpo, pelos seus rins e pela sua saúde a longo prazo, conclui o Dr. Alexandre Sallum Bull.
Por Roneia Forte
Fonte: Carta Capital