O Supremo Tribunal Federal ainda não julgou a acusação contra o neto do ex-ditador Figueiredo por suposta tentativa de golpe
O procurador-geral da República, Paulo Figueiredo, é acusado pela PGR de incitar militares à ruptura democrática.

Paulo Figueiredo, neto do ditador João Baptista Figueiredo, único integrante do núcleo 5 da tentativa de golpe de Estado em 2022, ainda não foi a julgamento no Supremo Tribunal Federal. Até terça-feira 20, a Primeira Turma da Corte não havia marcado uma data para analisar a denúncia da Procuradoria-Geral da República que o acusa de incitar militares para a ruptura democrática.
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O cidadão americano, Figueiredo, não foi notificado pela Justiça para apresentar sua alegação no processo. O Supremo Tribunal Federal afirma não localizá-lo, embora o comunicador afirme residir há 10 anos no mesmo endereço, em Miami, na Flórida.
Paulo Figueiredo poderá ser o primeiro envolvido na trama fraudulenta a ter o caso analisado, de forma independente, sem ter participado ativamente da defesa.
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A Procuradoria-Geral da República afirma que Figueiredo está isolado no núcleo 5 devido a ser um desdobramento do núcleo 4, que visava disseminar desinformação. A separação também ocorreu em razão do comunicador residir fora do Brasil, o que poderia prejudicar o andamento dos julgamentos dos demais núcleos.
Segundo a acusação de Paulo Gonet, o comunicador teria recebido, de maneira coordenada e prévia, a carta elaborada pelos golpistas para influenciar o comando do Exército a apoiar o golpe. Ele, teria a função de pressionar os militares a aderir ao plano de manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.
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O influenciador buscou criar uma situação de união dentro do Exército Brasileiro acerca da necessidade de intervenção armada, apresentando os dissidentes como desertores, merecedores de desaprovação pessoal e online. Aderiu, ao projeto golpista da organização criminosa, do qual tinha conhecimento prévio, e utilizou sua condição de comunicador para incitar a cooperação do Alto Comando do Exército ao movimento golpista.
Figueiredo, após ser denunciado pela PGR, utilizou o X para ironizar o caso: “Estou honrado em estar ao lado de patriotas neste documento histórico que reflete a ditadura na qual vivemos”.
A Defensoria Pública da União foi designada para defender o comunicador no STF, porém desistiu do caso devido à impossibilidade de contato com ele. A DPU solicitou ao ministro Alexandre de Moraes a suspensão dos prazos processuais, mas o magistrado ainda não respondeu.
Na terça-feira, o STF recebeu a denúncia da PGR contra nove militares do Exército e um policial federal. De acordo com o MPF, eles participaram de um plano para assassinar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.
Fonte: Carta Capital