Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) adverte que a guerra comercial diminui as chances de expansão da economia global
Devido às pressões comerciais geradas por Trump, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico prevê uma expansão de 2,9% para 2025 e em 2026, após um crescimento de 3,3% em 2024.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para baixo sua projeção de crescimento da economia global, em decorrência das tensões comerciais e da incerteza geradas por Donald Trump, com impacto notório nos Estados Unidos. Após estimar um aumento de 3,3% para 2024, a Organização prevê uma expansão de 2,9% para 2025 e, em 2026, conforme as perspectivas atualizadas.
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No relatório anterior, divulgado em março, a organização com sede em Paris, formada por 38 países, projetava um crescimento de 3,1% para o ano corrente e de 3% para 2026. Desde seu retorno ao poder em janeiro, Trump impôs tarifas generalizadas, contra aliados e rivais, que afetaram a ordem comercial global e impactaram os mercados financeiros.
O economista-chefe da OCDE, Álvaro Pereira, ressaltou que os riscos aumentaram significativamente e a deterioração das perspectivas econômicas será sentida em praticamente todo o mundo. No entanto, os efeitos terão nuances: a desaceleração se concentraria nos Estados Unidos, Canadá e México, enquanto a China e as demais economias sofreriam por ajustes mais brandos. O economista alertou que o aumento do “protecionismo e da incerteza” com novas tarifas poderia agravar o crescimento e inflacionar ainda mais.
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A perspectiva é particularmente sombria para os Estados Unidos. A OCDE espera que a economia americana registre uma desaceleração “clara” de 2,8% em 2024 para 1,6% em 2025 – 0,6 ponto a menos que na previsão anterior – e para 1,5% em 2026.
A revisão da OCDE se explica pelo aumento notável das taxas efetivas das tarifas sobre as importações e pelas medidas de retaliação adotadas por alguns parceiros comerciais.
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O presidente republicano estabeleceu uma alíquota básica de 10% sobre as importações de todo o mundo, com taxas específicas de 25% para aço, alumínio e automóveis. Trump ameaçou aumentar as tarifas para produtos de dezenas de países, mas suspendeu a implementação da medida até julho para permitir mais tempo às negociações. A OCDE também destacou a “elevada incerteza econômica relacionada à ação pública, à contração da imigração líquida e a uma redução significativa” no número de funcionários federais.
Apesar da expectativa de inflação anual “moderada” entre as economias do G20, em 3,6% em 2025 e 3,2% em 2026, os Estados Unidos representam uma exceção relevante. A inflação na maior economia global deve atingir 3,2% neste ano, superior à meta do Federal Reserve (Fed, banco central americano) em razão do crescimento dos preços ao consumidor.
A OCDE revisou para baixo, de 4,8% para 4,7%, a projeção de crescimento da China em 2025, a segunda maior economia global e país impactado pelas tarifas elevadas impostas por Trump. O Brasil mantém sua expectativa de crescimento sem alterações para 2025, em 2,1%, e possui um ajuste para 2026, 1,6% (+0,2 ponto), porém com uma notável desaceleração após a expansão de 3,4% em 2024.
O consumo das famílias continua sendo o principal motor do crescimento, impulsionado por significativos aumentos salariais. A inflação deve manter-se elevada em 2025 e 2026. A perspectiva para a economia da zona do euro também permanece estável, com uma projeção de crescimento de 1% para 2025.
Os negociadores dos Estados Unidos e da União Europeia se reunirão em Paris na quarta-feira (4) para discussões comerciais. Além dos Estados Unidos, o Japão também possui uma revisão considerável: o relatório diminuiu a previsão de crescimento do país de 1,1% para 0,7% em 2025.
Com informações da AFP.
Fonte por: Jovem Pan