Pacientes Usam IA para Diagnósticos, Gerando Expectativas e Preocupações
Um número crescente de pacientes está recorrendo a sistemas de inteligência artificial, como o ChatGPT, para obter respostas rápidas sobre sua saúde. Essa tendência envolve o compartilhamento de dados médicos detalhados, incluindo exames laboratoriais, laudos, imagens e históricos clínicos, impulsionada pela busca por informações e autodiagnósticos.
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Vários casos recentes evidenciam tanto o potencial quanto os riscos associados a essa prática, que já é utilizada por milhões de pessoas globalmente.
Em um caso notável, um paciente conseguiu identificar um bloqueio arterial grave após receber orientação do ChatGPT, o que o levou a solicitar um exame mais aprofundado. Em contrapartida, uma jovem recebeu um alarme falso de possível tumor, também resultado da análise realizada pela IA.
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Esses exemplos ilustram a complexidade da situação e a necessidade de cautela.
Especialistas em saúde alertam que, embora esses sistemas possam fornecer respostas convincentes, a precisão dos diagnósticos feitos pela IA ainda é limitada. Estudos indicam que, em situações sem supervisão médica, os chatbots frequentemente erram menos da metade dos diagnósticos.
A falta de validação humana representa um risco significativo.
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Além dos riscos clínicos, a prática levanta sérias preocupações sobre a privacidade dos dados de saúde. Sistemas como o ChatGPT não estão sujeitos a regulamentações rigorosas, como a HIPAA nos Estados Unidos, que protege informações médicas.
Isso significa que os usuários podem estar expondo seus dados a riscos, permitindo que sejam utilizados para treinar novos modelos de IA.
A segurança da informação depende, em grande parte, das políticas de privacidade das empresas. Apesar das salvaguardas implementadas pela OpenAI, ainda existe a possibilidade de que dados confidenciais sejam reutilizados ou compartilhados. Embora os usuários possam optar por não permitir o uso de seus dados para treinamento, a adesão a essa opção é baixa.
Mesmo com a remoção de nomes ou metadados, informações clínicas detalhadas podem ser rastreadas.
Diante desse cenário, profissionais de saúde e pesquisadores enfatizam a importância da cautela. A inteligência artificial pode ser uma ferramenta útil para auxiliar na interpretação de resultados, mas não substitui a avaliação clínica completa e a expertise médica.
Como ressalta a professora Karni Chagal-Feferkorn, em entrevista ao New York Times, “é fundamental ter consciência dos riscos, sem temer a tecnologia”.
