Polícia do Rio investiga esquema de fraude de R$ 114 mil contra a Uber, com golpistas utilizando inteligência artificial

A Polícia Civil do Rio de Janeiro efetuou uma operação na quarta-feira (13) contra uma organização criminosa que praticava fraudes em uma empresa de aplicativo de transporte. As fraudes eram executadas utilizando inteligência artificial. O prejuízo sofrido pela Uber foi de R$ 114 mil. Em comunicado, a plataforma informa que os sistemas antifraude da empresa identificaram os casos, levando a empresa a registrar a denúncia nas autoridades competentes. A Uber tem cooperado com as investigações desde então.

A operação, denominada “Operação Rota Falsa”, foi iniciada pela Polícia Civil da Delegacia de Fraudes (DDEF), com a execução de mandados de busca e apreensão em cinco locais ligados a investigados na zona norte da capital. Os bairros envolvidos são Alto da Boa Vista, Tijuca, Maracanã e Honório Gurgel.

Os agentes identificaram, em um dos locais, várias fotografias empregadas para fraudar o sistema de verificação do aplicativo. Foram apreendidos celulares, computadores, fotos, um automóvel e uma motocicleta. Dois indivíduos também foram encaminhados à especializada para dar seu depoimento. As identidades não foram divulgadas, o que dificultou o contato com as defesas.

As investigações demonstraram que os suspeitos exploravam uma falha no sistema de pagamentos Pix do aplicativo para praticar fraudes. Eles empregavam contas falsas, tanto de motoristas quanto de passageiros, para realizar viagens de aplicativo, mas incluíam diversas paradas no percurso, o que elevava o custo total da viagem.

Após a competição, a empresa que operava a plataforma repassava o valor total ao motorista fraudulento, contudo, o montante permanecia imposto na conta do passageiro, que não efetivava o pagamento e desocupava a conta, tornando-a inativa.

De acordo com as investigações, a empresa de tecnologia identificou mais de 2 mil corridas com indícios fraudulentos. Os suspeitos abriram 480 contas em nomes de falsos motoristas e passageiros e, entre elas, 478 foram criadas a partir do endereço residencial de um dos investigados. “Grande parte das contas bancárias vinculadas no aplicativo era de outra integrante dessa quadrilha”, declarou ainda a polícia. As investigações seguem em andamento para identificar e responsabilizar todos os envolvidos no golpe.

A polícia também constatou que os criminosos fraudavam o sistema de verificação da plataforma para a criação das contas falsas. “Eles utilizavam inteligência artificial para manipular imagens digitalmente e também empregavam imagens físicas, com rostos de outras pessoas impressos em folhas de papel e os colocavam sobre a própria face deles”, afirmou a polícia.

A Uber esclarece que a empresa não tem responsabilidade sobre a qualidade dos serviços prestados por seus motoristas parceiros. A companhia ressalta que a Uber atua como intermediária entre passageiros e motoristas, oferecendo uma plataforma para solicitação e gerenciamento de viagens. A responsabilidade pela condução e pelo atendimento ao cliente é exclusivamente do

A Uber informa que os sistemas de combate a fraudes da plataforma identificaram os casos apontados, levando a empresa a reportar o ocorrido às autoridades competentes. A Uber tem, desde então, cooperado ativamente com a polícia na identificação dos suspeitos, sempre em conformidade com a legislação.

Nossas equipes de detecção de fraudes empregam análises manuais e sistemas automatizados de aprendizado que avaliam mais de 600 tipos de sinais distintos em busca de comportamentos fraudulentos. Estamos continuamente implementando novos processos e tecnologias para prevenir fraudes e aprimorarmos o treinamento de nossos agentes, ao mesmo tempo em que avançamos para combater os golpes mais recentes.

Com informações do Estadão Contido

Publicado por Nótaly Tenório

Fonte por: Jovem Pan