Polícia executa operação no Rio em busca de responsáveis pela morte do filho de traficante
A Polícia executa mandado de prisão e 15 mandados de busca e apreensão na investigação sobre o homicídio de Haylton Escafura e Franciene, ocorrido em 20…

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou, na segunda-feira (30), uma operação para executar um mandado de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão contra indivíduos suspeitos de participação no homicídio de Haylton Carlos Gomes Escafura, filho do bicheiro “Piruinha”, e da policial militar Franciene de Souza.
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O assassinato do casal ocorreu em 2017, em um hotel na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade. As investigações indicam que o crime teve como motivação uma disputa por áreas de jogos de azar, principalmente máquinas caça-níqueis.
O mandado de prisão foi emitido contra Marcelo Simões Mesqueu, apelidado de “Cupim”, sob acusação de homicídio pelo GAECO/MPRJ na última semana. Ele é considerado líder de uma organização criminosa que visava a invasão e teria ordenado o duplo homicídio para evitar que Haylton recuperasse áreas de exploração ilegal provenientes do bicheiro José Caruzzo Escafura, o “Piruinha”.
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Além de Cupim, outros seis investigados estão sendo alvo da operação, incluindo dois policiais militares. Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em endereços nos municípios do Rio de Janeiro, Cabo Frio (RJ) e Florianópolis (SC), com apoio da Coordenação de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC/PCERJ) e da Corregedoria da Polícia Militar.
Há indícios de envolvimento de integrantes da organização criminosa liderada por Cupim e de matadores profissionais ligados ao grupo conhecido como “Escritório do Crime”, já associado a diversos homicídios por encomenda no Rio de Janeiro.
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Em 12 de junho de 2017, Haylton Escafura, 37 anos, e sua namorada, a soldado Franciene de Souza, pertencente à Unidade Policial Pacificadora (UPP) da Rocinha, foram mortos. O crime ocorreu no banheiro de um hotel na Barra da Tijuca, onde criminosos arrombaram a porta e dispararam pistola e fuzil contra ambos.
Haylton, filho de Piruinha, um dos mais antigos e influentes contraventores da história do Rio, havia deixado a prisão cinco meses antes do crime. Ele buscava retomar pontos de caça-níqueiros que estavam sob controle de Cupim, com quem seu pai mantinha uma antiga relação de negócios.
Franciene, que trabalhava na PM desde 2014, foi assassinada com o namorado, e, conforme o inquérito, não possuía ligação direta com o jogo do bicho.
O homicídio de Haylton foi mencionado no relatório conclusivo da Polícia Federal sobre a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Segundo o documento, existia suspeita de interferência na investigação do caso Escafura por parte de Rivaldo Barbosa, então chefe da Divisão de Homicídios da Polícia Civil.
A Polícia Federal apontou um esquema de obstrução e proteção a grupos criminosos que operam sob a cobertura da segurança pública do estado.
José Caruzzo Escafura, o Piruinha, faleceu em janeiro do ano corrente, aos 94 anos. Ele atuava desde a década de 1950, sendo reconhecido como o mais idoso bicheiro em atividade no Rio.
Foi condenado em 1993, juntamente com outros 14 líderes da Convenção, no marco do julgamento conduzido pela juíza Denise Frossard. Os períodos de prisão não foram totalmente executados.
Apesar de não ter alcançado notoriedade midiática como outros personagens do mundo do bicho, Piruinha exercia influência em regiões cruciais da Zona Norte e possuía laços com a escola de samba Portela, onde sua família ainda atuava.
Fonte por: CNN Brasil